Véspera de Natal ajuda resultado do comércio. Mas expectativa de fim de ano continua fraca

O movimento dos shoppings nesta quinta (24) está ajudando alguns lojistas a melhorarem o balanço do fim de ano. Mas, de modo geral, no Natal do ano em que a economia brasileira atravessa sua pior crise em duas décadas, com recessão de mais de 3,5%, o varejo não tem tantos motivos para comemorar. Ao contrário de anos anteriores, os centros de compras do Recife não atraíram uma multidão de clientes. Mas, diferentemente do último fim de semana, há mais gente com sacola nas mãos.

A previsão da Associação Brasileira dos Lojistas de Shopping (Alshop) é que as vendas reais (descontada a inflação pelo IPCA) nos 894 shoppings do País encolham 3% neste Natal em relação a 2014. “Será o pior Natal dos últimos dez anos”, afirmou Luís Augusto Ildefonso da Silva, diretor de relações institucionais da Alshop. Segundo ele, no Natal, o movimento aumenta entre 30% e 35% nos shoppings em relação à média dos outros meses. Mas, este ano, diz, a Black Friday, na última semana de novembro, reduziu esse fluxo. E os valores de presentes ficaram entre 10% e 15% menores.

As lojas de brinquedos e de produtos mais em conta, sobretudo as de vestuário, acessórios e higiene e beleza, são as operações com maior fluxo de consumidores neste 24 de dezembro. Um dos lojistas que comemoram é Rui Victor de Araújo. Supervisor do grupo que detém três franquias Hering, três M. Officer e sete DWZ Acessórios, ele conta que somente a Hering do RioMar vendeu no dia 23 1,5 mil peças, de um total de 4,5 mil. “Foi nosso recorde de vendas desde a inauguração, há três anos, contabiliza o empresário, que está gostando mais do movimento desta quinta (24) do que do último domingo.

“Viramos o dia 23 para o 24 com um crescimento de 4% nas vendas. Foi nossa segunda loja Hering que mais vendeu, ficou atrás apenas da do Shopping Recife. Saímos às 3h da manhã do shopping”, detalha. Segundo Rui, a operação deve fechar 2015 empatada com 2014, “o que já é uma grande vitória”, lembra. Já a DWZ Acessórios não conseguiu uma performance tão boa, muito devido ao dólar, detalha o empresário. Rui acredita que as fortes chuvas de ontem e o feriado prolongado não ajudaram os shoppings a conseguir um resultado melhor. 

O gerente de marketing João Pablo topou enfrentar uma hora de fila para pagar o brinquedo do filho de um ano, na Planeta Brinquedo do RioMar Recife. “Não tiver como comprar antes porque estava viajando”, detalha. A secretária Shyrley Peruso também precisou fazer compras de última hora, escolheu o Shopping Tacaruna. Mas diz que, neste ano, gastou menos: presenteou menos gente e comprou presentes mais baratos. “Na confraternização, nem fizemos amigos secreto”, detalha.