Pernambuco terá escritório da Apex-Brasil para incentivar exportações

Unidade vai funcionar no segundo semestre e espera aumentar a base exportadora de 240 para até 3 mil empresas
Da editoria de economia
Publicado em 10/05/2016 às 7:00
Unidade vai funcionar no segundo semestre e espera aumentar a base exportadora de 240 para até 3 mil empresas Foto: Guga Matos/JC Imagem


O câmbio favorável e o encolhimento das vendas no mercado interno estão abrindo janela para as empresas brasileiras no exterior. Atenta ao momento, a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) anuncia a implantação de um escritório no Nordeste. A unidade será a segunda a funcionar no País, após a abertura em São Paulo em 2015. O anúncio foi realizado na segunda-feira (9), na Federação das Indústrias de Pernambuco (Fiepe) pelo presidente da Apex, David Barioni, e pelo ministro interino do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Furlan.

O escritório da Apex-Brasil vai funcionar a partir do segundo semestre nas dependências da Fiepe, com proposta de apoiar as empresas exportadoras do Nordeste e contribuir para a internacionalização das que ainda não se aventuraram no mercado externo. A unidade terá foco na qualificação empresarial, promoção internacional e atração de investimento estrangeiro. Um dos principais desafios será desenvolver uma cultura exportadora no País, no Nordeste e em Pernambuco. O Brasil tem uma base industrial de 16 milhões de empresas, mas apenas 16 mil (0,5%) estão no rol de exportadoras.

Reconhecido como entreposto comercial por sua localização geográfica, Pernambuco tem uma base industrial de 9 mil empresas, mas apenas 240 exportam. O escritório da Apex-Brasil quer contribuir para mudar essa equação. “Nossa expectativa é de que essa base cresça para algo entre 2 mil e 3 mil empresa nos próximos anos. Nossa meta é chegar ao final de 2017 com 600 empresas exportando”, afirma o presidente recém-eleito da Fiepe, Ricardo Essinger, dizendo que é preciso trabalhar com metas ambiciosas e aproveitar o momento favorável a exportação.

A escolha de Pernambuco para sediar o segundo escritório da Apex-Brasil fora de Brasília se baseou em um estudo técnico em que se constatou que 90% das exportações do Nordeste estão concentradas nos Estados de Pernambuco, Bahia, Ceará e Maranhão. “Consideramos indicadores importantes como o avanço econômico do Estado, sua infraestrutura logística com destaque para o Porto de Suape e o aeroporto internacional, a diversificação do parque industrial e o polo de tecnologia da informação”, enumera Barioni.

Apesar de todos esses diferenciais, ao longo da história Pernambuco não desenvolveu uma cultura exportadora. O Estado representa quase 3% do PIB nacional, mas só participa com 0,5% das exportações brasileiras e está em décimo quarto lugar no ranking nacional. No Nordeste detém 22% do PIB, mas apenas 7,5% das exportações.

Fernando Furlan, que ocupa o cargo de ministro interino do Mdic porque o senador pernambucano Armando Monteiro Neto deixou a pasta para votar contra o impeachment da presidente Dilma, diz que o escritório vai contribuir para alavancar o Programa Nacional da Cultura Exportadora (PNCE), lançado no Estado em novembro do ano passado. “Em Pernambuco, vários setores serão contemplados com o Plano, a exemplo de automotivo, peças, farmacêutico, gesseiro, metalmecânico, confecções e fruticultura. A expectativa é cadastrar entre 30 e 35 empresas de cada setor”, adianta.

O empresário e vice-presidente da Fiepe, Alexandre Valença, destaca que as empresas locais só serão capazes de se tornar fornecedoras locais de players dos setores de petróleo, naval e offshore, quando se internacionalizarem. “Se essas companhias não se tornarem globais vão ficar à margem e oferecer apenas para encomendas periféricas”, alerta.

No polo de confecções, a proposta é capacitar 146 micro, pequenas e médias empresas de Santa Cruz do Capibaribe, Caruaru e Toritama, que deverão estar preparadas para exportar num prazo de 24 meses. O trabalho de preparação das empresas será realizado em parceria pela Universidade Federal de Pernambuco e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex Brasil), dentro do Projeto de Extensão Industrial Exportadora (Peiex).

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