Com a chegada do período junino, o Centro de Abastecimento e Logística de Pernambuco (Ceasa) iniciou o plantão de vendas no Pátio do Milho que segue aberto 24h por dia, até o dia 23 de junho, e funciona em horário especial no dia da festa de São João. A expectativa para este ano é que as vendas cresçam 20% comparadas ao ano passado. A boa safra resultou em uma produção capaz de suprir a venda de 12 milhões de espigas de milho com alto padrão de qualidade e menor custo para o consumidor. A reportagem da Rádio Jornal chegou a encontrar a mão de milho sendo vendida a R$ 5.
O aumento da participação dos municípios pernambucanos na produção do milho foi o fator principal para a queda dos preços. Em 2015, com a seca, apenas 58% dos municípios do Estado conseguiram produzir o grão. Hoje, esse percentual já atinge 83% com tendência de crescimento nas próximas semanas. As principais participações são dos municípios de Passira (27,73%), Ibimirim (27,53%), Gravatá (16,41%), Barra de Guabiraba (7,46%)e Chã Grande (5,10%). Além disso, a oferta é complementada com a produção dos estados do Rio Grande do Norte (11%), Ceará (5%) e Paraíba (1%).
De acordo com o diretor técnico e operacional do Ceasa, Paulo de Tarso, a concorrência estabilizou os preços praticados. “O milho está mais acessível ao consumidor, apesar do aumento do combustível e da mão-de-obra”, disse. A mão de milho, com 50 espigas, que custava em média R$ 28 no ano passado, está sendo vendida por R$ 25 neste ano.
Em 2015, foram comercializadas 9,5 milhões de espigas de milho. A previsão é que até a chegada do São João sejam vendidas 2,5 milhões a mais do que no ano passado. Luciano Prado, comerciante de milho há 27 anos, recebeu 40 mil espigas de milho na última terça-feira (14) para abastecer a sua tenda. Apesar da grande oferta, a meta inicial do comerciante é equiparar as vendas com as do ano passado devido à crise. “Até agora, as vendas neste ano estão menores”, afirma.
Jane Bandeira compra milho no Ceasa há mais de 5 anos e não abre mão de pesquisar os preços: “a maioria está vendendo por R$ 20, está bom. A gente comprou mais caro no ano passado, por até R$40”. Neste São João, ela pretende comprar duas mãos de milho para preparar as comidas típicas para a festa da família.
A Ceasa tem recebido, em média, 30 caminhões por dia. Cada um deles descarrega aproximadamente 600 mãos de milho no pólo distribuidor. A previsão é que na véspera do festejo a quantidade de caminhões chegue a 150 diariamente. Pedro do “Milho Verde”, comerciante e fornecedor há 26 anos, garante que o pátio do milho oferece as melhores condições de compra para os consumidores. “Esse é um ano de fartura, aqueles que compravam milho na feira vão vir para a Ceasa porque o preço está mais em conta”, afirma.