Petrobras põe polo petroquímico à venda em Pernambuco

Estatal iniciou negociações de venda da PetroquímicaSuape e da Citepe
Da editoria de economia
Publicado em 29/07/2016 às 13:26
Estatal iniciou negociações de venda da PetroquímicaSuape e da Citepe Foto: Foto: Divulgação/ PetroquímicaSuape


A diretoria da Petrobras anunciou nessa quinta-feira (28) o início das negociações para a venda da Companhia Petroquímica de Pernambuco (PetroquímicaSuape-PQS) e da Companhia Integrada Têxtil de Pernambuco (Citepe), ambas localizadas no Complexo Industrial de Suape, em Ipojuca, Região Metropolitana do Recife (RMR). O processo será feito em caráter de exclusividade com o grupo mexicano Alpek. A estatal brasileira detém 100% das participações nas duas indústrias.

A empresa estrangeira, que já atua nos segmentos petroquímico e têxtil, terá 60 dias de exclusividade na negociação, que podem ser renovados por mais 30, para chegar a um acordo com a Petrobras sobre o valor da transação.

Em comunicado divulgado na quinta-feira ao mercado, a Petrobras diz que a negociação ainda está sujeita ao acordo de seus termos e condições finais e à deliberação pelos órgãos competentes tanto da Petrobras quanto da Alpek, além da aprovação pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

Ainda segundo o texto, a estratégia de venda faz parte do Plano de Desenvolvimento 2015-2016 da Petrobras, que prevê desinvestimentos para levantar recursos e reduzir o seu endividamento. 

A Alpek é uma empresa de capital aberto e também lançou comunicado ao mercado ontem afirmando que mesmo após o fechamento da operação, ainda serão necessárias outras aprovações mais detalhadas da corporação. “A Alpek irá fornecer uma atualização pública em qualquer notícias relacionadas a este assunto”, diz a nota.

O grupo atua através de cinco companhias nas áreas de poliéster (PTA, PTE e poliéster em fibras) e de produtos químicos industriais e plásticos (como polipropileno, poliestireno expansível e caprolactama, por exemplo). Ao todo, são 22 unidades distribuídas no México, Estados Unidos, Brasil, Argentina e Chile. 

Segundo dados fornecidos pela própria Alpek, no ano passado o grupo registrou receita de US$ 5,3 bilhões e emprega mais de 5 mil funcionários. No Brasil, atua através da Styropek Brasil, instalada em São Paulo, responsável pela produção de EPS (isopor). 

Histórico

Quando anunciou os projetos em Pernambuco, em 2007, a Petrobras negociava sociedade com o grupo Vicunha na Citepe, mas o negócio não foi adiante. A empresa também tentou, sem sucesso, levar a Braskem para a PetroquímicaSuape (PQS). Quando as operações foram iniciadas, a estatal ainda buscava sócios para dividir o investimento. 

A criação do pólo químico-têxtil em Pernambuco foi pensada como a alternativa que tornaria o País autossuficiente na produção de PTA, que era importado do México e da Ásia, além de conter o grande volume de fios chineses que chegam ao mercado nacional. 

Já no início deste ano, o Governo de Pernambuco chegou a aumentar os benefícios fiscais para desestimular a compra no exterior dos produtos que são fabricados no Estado. A fabricação de matéria-prima têxtil é bastante significativa para Pernambuco, devido principalmente ao Polo de Confecções Têxteis do Agreste.

Questionado pela reportagem do Jornal do Commercio sobre os impactos que a venda das indústrias pela Petrobras podem representar para Pernambuco, o governo estadual respondeu através de nota que “só comentará o assunto quando for oficializada a conclusão da negociação entre as partes”.

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