Petrobras tenta administrar dívidas com venda do polo petroquímico

Investigações da Lava Jato e falhas de projetos aumentaram prejuízos da estatal
Da editoria de economia
Publicado em 29/07/2016 às 17:26
Investigações da Lava Jato e falhas de projetos aumentaram prejuízos da estatal Foto: Foto: Edmar Melo/ Acervo JC Imagem


Tanto a Companhia Petroquímica de Pernambuco (PetroquímicaSuape-PQS) quanto a Companhia Integrada Têxtil de Pernambuco (Citepe) tiveram seus projetos desenvolvidos durante a gestão de Paulo Roberto Costa à frente da diretoria de Abastecimento da estatal. O executivo virou delator da Operação Lava Jato e as investigações da Polícia Federal (PF) afetaram diretamente as indústrias. Só em 2015, a PetroquímicaSuape deu prejuízo de R$ 808 milhões e a Citepe, de R$ 818 milhões. 

Em seus dois últimos balanços, a estatal realizou baixas contábeis no valor dos ativos do complexo pernambucano, em um montante total de R$ 3,76 bilhões. 

A companhia diz que as baixas refletem, principalmente, a revisão das projeções de mercado e das premissas de preço, que foram atualizadas em virtude do nível de atividade econômica.

Projetos

Em abril deste ano, o nome da PetroquímicaSuape apareceu em mais um escândalo, revelado pelo jornal Valor Econômico. Segundo documentos sigilosos publicados na época, a estatal deu aprovação à realização do projeto industrial mesmo sabendo que teria prejuízos com o investimento. 

A publicação revelou que, junto à Refinaria Abreu e Lima e ao Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro, os investimentos orçados em US$ 26 bilhões já apresentavam um valor negativo de US$ 3,4 bilhões. Com isso, mesmo com toda a receita gerada na vida útil dos empreendimentos, não seria possível arcar com o investimento realizado pela estatal.

Em seu balanço de 2015, a Petrobras afirma que o valor recuperável do seu ativo é de R$ 3,681 bilhões. 

Na última sexta (22), a estatal anunciou que seu conselho de administração aprovou a venda da BR Distribuidora com controle compartilhado. A operação proposta prevê a transferência de 51% do capital votante da subsidiária. A estatal permaneceria, porém, com a maior parte do capital total.

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