A advogada tributarista Mary Elbe Queiroz defende que para diminuir a carga tributária é necessário ocorrer uma revisão do tamanho do estado no Brasil. O impacto dos tributos na economia do País foi o tema central da palestra que ela realizou ontem no Dia sem Imposto, uma iniciativa do Comitê de Jovens Empresários da Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (Fiepe). O evento contou com várias atividades que chamaram a atenção sobre a quantidade de impostos embutidos nos preços dos produtos.
Os brasileiros trabalham 150 dias por ano para pagar impostos, taxas e contribuições. A média da carga tributária no Brasil é 35%. “É muito imposto e o retorno para a sociedade é ínfimo”, argumenta Mary Elbe que atua no escritório Queiroz Advogados e faz parte de uma comissão de juristas do Senado a qual vai sugerir medidas para diminuir a burocracia.
“A população tem que fiscalizar mais os políticos, cobrando deles seriedade, mais compromisso com a sociedade e trabalho em torno do interesse público”, diz, acrescentando que o Dia sem Imposto é interessante para alertar as pessoas que os impostos fazem parte dos preços de todos os produtos. “É uma carga tributária tão alta e ainda são cobrados impostos sobre os bens, como é o caso do IPVA (veículos) e IPTU (sobre imóveis)”, afirma o presidente da Fiepe, Ricardo Essinger.
No curto prazo, Mary não acredita que a carga tributária vá diminuir, porque a economia está num “ciclo vicioso” no qual as despesas dos governos aumentam, o desemprego cresce e a arrecadação cai por causa da crise. “Neste cenário, não há outra saída, a não ser o aumento de impostos”, revela.
Um das atividades do Dia sem Imposto foi a instalação de um food park no estacionamento da Fiepe para vender produtos sem tributos. Somente como exemplo, a lata de refrigerante que custa R$ 4,00 estava sendo comercializada por R$ 3,00; a cerveja Heineken por R$ 2,00 (quando no supermercado sai por R$ 4 e passa de R$ 5 nos bares) e o hambúrguer, de R$ 12, foi vendido por R$ 10.