O empresário gaúcho Paulo Magnus veio ao Recife passar um Carnaval em 1987. Tomou gosto pela terra e no ano seguinte abriu, na capital pernambucana, um escritório da empresa que fundou em Porto Alegre, a MV. O escritório local virou sede e a companhia, líder na fabricação de sistemas de gestão na área de saúde. Este mês, a empresa completa 30 anos de existência com as suas soluções implantadas em 1,3 mil unidades, clientes no Brasil e América Latina, cerca de 350 mil usuários e os seus prontuários eletrônicos implantados em 650 hospitais.
Num mundo em que as empresas de tecnologias abrem e fecham rapidamente, qual o segredo? “Nos baseamos em três pilares: conhecimento, informação e relacionamento. Esses foram os três pilares que nortearam a nossa existência”, conta. A empresa também investe, em média, R$ 50 milhões por ano em Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação.
O carro chefe da empresa são os sistemas de gestão na área de saúde. “Eles são como veias que conectam todas as áreas do estabelecimento”, revela Paulo Magnus. E acrescenta: “Todas as nossas tecnologias resultam em melhorias de produtividade, redução de custos e aumento da assertividade”, conta. Os prontuários eletrônicos permitem que os profissionais da área de saúde gastem menos tempo preenchendo os formulários de papel e também um controle mais efetivo de tudo que ocorre com o paciente. Essa solução desenvolvida pela empresa foi classificada pelo instituto norte-americano Klas como o melhor prontuário eletrônico da América Latina.
Também marcou a trajetória da empresa a implantação da primeira unidade de saúde sem papel, que foi a UPA da Imbiribeira, inaugurada em 2010. E o Hospital da Unimed Recife III que conseguiu o nível de maturidade 7 (o mais alto) numa certificação de hospital digital por um organismo internacional. Fora dos Estados Unidos, somente dez hospitais alcançaram essa certificação.
As soluções de tecnologia da empresa são desenvolvidas no Recife, Teresópolis, no Rio de Janeiro; Fortaleza, no Ceará e Cascavel, no Paraná. São cerca de 1 mil funcionários, incluindo 500 na capital pernambucana. Dos trabalhadores locais, 350 atuam na fábrica de software. A MV também tem um escritório no Porto Digital. A empresa começou fazendo o faturamento terceirizado para hospitais. A companhia tem filiais em 11 Estados e atua em dez países da América Latina, além do Brasil. Paulo Magnus não revela o faturamento do negócio porque a empresa tem como sócio um fundo de investimento norte-americano que não permite a divulgação desses números.