Startups do Recife de olho no setor médico

Cluster de tecnologia da capital pernambucana vê potencial de crescimento e lucro no polo médico da cidade
Da editoria de economia
Publicado em 20/08/2017 às 7:15
Cluster de tecnologia da capital pernambucana vê potencial de crescimento e lucro no polo médico da cidade Foto: Foto: Jeff Bernardo/ Divulgação


Já característicos do Recife, dois segmentos de negócios começam a se unir para incrementar clientelas, aumentar a produtividade e se fortalecer durante um momento econômico ainda de incertezas. Empresas nascidas no cluster de tecnologia da informação da capital pernambucana estão empenhadas em desenvolver soluções para o dia a dia de clínicas, laboratórios e hospitais que compõem o segundo polo médico do País, que movimenta mais de R$ 7 bilhões por ano, segundo o Sindicato dos Hospitais de Pernambuco (Sindhospe). O foco dialoga com as análises globais do mercado de startups, que colocam o segmento de saúde entre os de maior potencial no presente e futuro.

“Temos um grande crescimento e também envelhecimento da população no Brasil, o que acaba demandando mais serviços e produtos na área de saúde que também precisam ser mais eficientes e baratos”, explica o empresário Maristone Gomes, que esteve à frente da Startup Health, evento de inovação com apoio do Porto Digital que aconteceu durante esta semana na feira de negócios em saúde HospitalMed. Participaram cerca de 30 projetos das mais diferentes propostas em busca de investidores e clientes.

E eles são muitos. Segundo dados da Fundacity – plataforma que conecta quem quer aplicar dinheiro e quem tem boas ideias –, só no ano de 2016, 77% dos investidores pretendiam focar o mercado de saúde, o segundo mais visado, atrás apenas do ramo de educação (85%). Outra pesquisa, realizada também no ano passado pelo Sebrae com empresas de São Paulo, coloca o setor como o terceiro mais atraente, com 27% de interesse por parte dos entrevistados.

De olho nesses potenciais investidores e na proximidade com o polo médico, o próprio Maristone, há um ano, mudou o foco de sua empresa, a Salvus. “Éramos originalmente uma empresa de TI (Tecnologia da Informação), até que nos chamou a atenção a quantidade de processos que a indústria de saúde necessita e começamos a pesquisar a área”, conta. O resultado foi a identificação de um problema, a falta de controle do consumo de oxigênio medicinal, e a solução, um dispositivo que mede e gerencia o uso do produto.

Com um portfólio de clientes que não fica restrito a hospitais e consultórios e mais tempo de mercado, a Procenge – empresa desenvolvedora de softwares de gestão – já identifica o potencial da clientela do segmento. “A área de saúde sempre consegue desempenhos acima da média dos demais. Hoje em dia, cada procedimento médico demanda sempre mais sistemas tecnológicos”, detalha o diretor da empresa, Flávio Bessa.

APRESENTAÇÕES

Durante a Startup Health, diversas ideias inovadoras foram apresentadas em busca de investidores. As soluções foram desde dispositivos portáteis para geração de diagnóstico por imagem, apresentado pela Pickcells; aplicativo de certificação de atestados médicos para evitar fraudes, da Global Safe Med; até o Farmazap, que permite pesquisar e comprarar preços de produtos entre farmácias.

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