atualizada às 12h07
A redução do preço do diesel, anunciada pelo governo federal no último dia 28, como uma das propostas para conter o movimento paredista dos caminhoneiros, ainda não é realidade nos postos de combustíveis de Pernambuco, pelo menos até esta sexta-feira (1º). Nos postos visitados pela reportagem do Jornal do Commercio e segundo a própria média de preços divulgada pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o preço do diesel continua sendo vendido pelo mesmo preço e, em alguns casos, até mais caro do que antes da paralisação.
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Segundo o levantamento de preços da ANP, em Pernambuco, o preço do Diesel variou, por semana, de R$ 3,48 a R$ 3,72, em média no mês de maio. O diesel-S10, que abastece carros fabricados a partir de 2012, sofreu variação média de R$ 3,43 a R$ 3,75 no mês passado em todo o Estado.
O governo estimava que no prazo de três dias após o anúncio da redução os postos já conseguiriam fazer os pedidos de abastecimento às distribuidoras com o novo preço. Isso porque em reunião realizada entre o Planalto e representantes das empresas distribuidoras, foi confirmado que, em média, 72h é o prazo para renovação do estoque de combustível nos postos.
"O acordo não foi cumprido, né. Continua com o mesmo preço. Estou abastecendo por R$ 3,89. O governo disse que iria baixar e nada", afirmou o motorista de caminhão Severino Bernardo, 61, que abasteceu o caminhão com diesel na manhã de hoje, na Zona Oeste do Recife.
As distribuidoras de combustíveis convocaram para hoje uma reunião com o ministro de Minas e Energia, Moreira Franco, para discutir a redução de R$ 0,46 nos preços do óleo diesel nas bombas. Segundo Leonardo Gadotti, presidente da Plural, entidade que reúne a BR (da Petrobrás), Raízen (joint venture entre Cosan e Shell) e Ipiranga (do Grupo Ultra), não há como o desconto ser integral e os critérios de fiscalização anunciados pelo governo podem "provocar uma guerra" nos postos.
Nos cálculos da Plural, a redução nas bombas seria de R$ 0,41, uma vez que o governo não colocou na conta os 10% de mistura de biodiesel que são misturados ao diesel. O argumento da entidade é que o biodiesel não teve os impostos reduzidos.
Ontem, o Ministério da Justiça havia confirmado que na edição de hoje do Diário Oficial seriam publicadas as regras para regulamentação da fiscalização do preço do diesel nos postos. No entanto, segundo o próprio órgão, as regras não foram publicadas. Entre as medidas anunciadas pelo governo para fiscalizar os estabelecimentos, estão, segundo o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, a punição com multa de R$ 9,4 milhões aos postos de combustíveis que não repassarem, a partir desta sexta a redução no valor do diesel.
A diretoria executiva da Petrobras, em reunião extraordinária realizada nessa quinta-feira (31), aprovou a adesão à primeira fase do programa de subvenção econômica à comercialização de óleo diesel do governo federal e anunciou uma nova redução de R$0,07 centavos no preço do combustível na refinaria.
De acordo com a estatal, além da redução de 10% (R$0,23 centavos) feita no último dia 24 de maio, o valor médio de venda da Petrobras nas refinarias e terminais, à vista e sem tributos, será reduzido em mais R$ 0,07 centavos e passará a custar R$ 2,03 por litro a partir desta sexta-feira.