As chuvas ajudaram a impulsionar a safra do milho, este ano, no Estado. De acordo com o Centro de Abastecimento e Logística de Pernambuco (Ceasa-PE), houve um abastecimento de 5,75 milhões de espigas entre os dias 1º e 19 de junho, o que representa um crescimento de 16% em relação ao mesmo período do ano passado. Apesar da boa colheita, o volume de vendas do cereal não está saindo como o esperado para os comerciantes locais na principal época de movimentação do produto. Eles estimam uma queda de 30% na saída do milho, quando comparado com a mesma semana de 2017.
Na manhã dessa quarta-feira (20), três dias antes da véspera de São João, a circulação de clientes estava abaixo do que era esperado pelos comerciantes no período, apesar de uma das melhores safras dos últimos tempos. “Está bem fraco. Era para as vendas terem aumentado esta semana. Desde segunda-feira (18) que a gente esperava uma movimentação maior, mas está pior do que no ano passado”, compara o vendedor de milho, Luciano Prado, que atende no Centro de Abastecimento do bairro do Curado, na Zona Oeste do Recife.
Para o consumidor, a queda na procura pode ser vantajosa. Devido à grande oferta e demanda menor, a mão de milho (50 unidades) está sendo comercializada a R$ 24, uma queda no preço de 8,57% em relação a junho do ano passado. “Eu sempre venho comprar e este ano o preço está muito bom. O primeiro que eu encontrei, a mão está saindo por R$ 25, que é bem mais barato do que o ano passado”, conta o vendedor Mário Menezes, que sai anualmente do bairro de Casa Forte, na Zona Norte, para comprar a principal base das comidas típicas.
Apesar da baixa procura nos dias que antecedem as festas, o presidente da Ceasa em Pernambuco, Gustavo Melo, considera o abastecimento do centro positivo. “A chuva ajudou bastante na safra do milho deste ano. Temos um volume de abastecimento bem maior que o do ano passado e as pessoas que chegarem aqui vão poder contar com um produto de qualidade”, afirma o presidente. Ele credita a boa safra às chuvas deste ano.
A mesma sensação de queda na procura é relatada pelos vendedores de coco, que também é utilizado como matéria-prima na época das festas regionais de junho. Apesar de estar sendo vendido por um preço de R$ 4, os comerciantes reclamam da baixa procura pelo produto. É o caso da vendedora Cristina Vila Nova. “A expectativa é que melhore, mas até agora, posso dizer que estou vendendo quase nada.”
Nem só o milho teve um grande crescimento na safra 2017/2018. Após cinco anos de castigo da seca no Sertão de Pernambuco, a produção do feijão e do arroz do Estado teve o maior crescimento na safra dos últimos anos, apontou a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). De acordo com o órgão, os três grãos juntos tiveram um acréscimo de 84,3% na produção em relação ao ano passado, somando 209 mil toneladas. Na safra 2016/2017, houve uma produção de 113,4 mil toneladas.