Gastronomia, espaços compartilhados, áreas de convivência, empresas de tecnologia, prestação de serviços e algum varejo. Estes são os setores que devem ocupar o prédio onde antes funcionava a Livraria Cultura, no Bairro de Recife, e que fechou as portas na última sexta-feira (6). É o que planeja Alvaro Jucá, presidente da Cais do Recife Participações, empresa que é dona do prédio onde a Livraria Cultura funcionava. O empresário está trabalhando em um novo projeto de ocupação do espaço, que já tem interessados, segundo ele, e deve ser apresentado em detalhes dentro de 30 dias.
Segundo Alvaro Jucá, o fechamento da Livraria Cultura já havia sido comunicado há mais de três meses, através de oficio. “Eles enviaram uma notificação, no dia 27 de março, para os antigos administradores do prédio, a Realesis Empreendimentos, informando que não tinham mais interesse em continuar ocupando o local”, diz Jucá. A Cais do Recife, empresa de Jucá, reassumiu a administração do complexo, que envolve ainda o prédio garagem com cerca de 600 vagas, em maio último, depois de uma disputa judicial de oito anos com a Realesis Recife Empreendimentos Imobiliários. Segundo o empresário, assim que tomou conhecimento do fechamento da Livraria Cultura (em maio) começou a trabalhar em um projeto para ocupação da área.
O novo projeto prevê a ocupação não só do espaço de 2.500m² onde era a Livraria Cultura, como também a cobertura do mesmo prédio, que tem mais 2.100m², além de articular novos modelos de negócios para os dois blocos do estacionamento. “O espaço manterá sua vocação cultural combinada com serviços tecnológicos. A livraria tradicional conviverá com uma livraria digital; haverá também coworking, laboratórios de prototipação para apoio à startups, espaço para eventos culturais e convenções, salas de reuniões, auditórios, espaço de convivência, barbearias, show room para cervejarias artesanais e outros serviços de menor necessidade de espaço para estoque físico”, planeja o empresário. Ele diz que o que está se estudando agora é o tamanho desses espaços. “Haverá uma outra livraria no local? Certamente. Mas, jamais do tamanho que foi a Cultura”, setencia Jucá.
A ideia é ampliar os espaços de convivência com aberturas de cafés e bistrôs, com vista para o Rio Capibaribe e para o mar, semelhante à do antigo restaurante Assucar que funcionava no Paço Alfândega. Outra área que os empreendedores pretendem reocupar conta com mais de 3.200m² no térreo do segundo bloco do estacionamento. “Este espaço será ocupado com atividades que agreguem valor ao conjunto de novos negócios que serão implantados, ligados ao mundo digital. Estamos analisando quais são as demandas deste setor junto com o Porto Digital”, esclarece o empresário. Alvaro Jucá diz que ainda não foi fechado o valor total do investimento. “Estamos conversando com parceiros do Porto Digital e com empresários que acreditam e se dispõem a investir no Bairro do Recife. Estamos montando este projeto em conjunto com eles e em 30 dias apresentaremos o projeto completo, e quem são os parceiros que estarão nesta nova jornada”, afirmou.