Intenção de consumo das famílias cai em julho

Índice que avalia confiança em adquirir bens ou serviços está em patamar negativo mas melhor que em 2017
editoria de Economia
Publicado em 19/07/2018 às 8:44
Índice que avalia confiança em adquirir bens ou serviços está em patamar negativo mas melhor que em 2017 Foto: Foto; Divulgação


O índice de Intenção de Consumo das Famílias (ICF), apurado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), mostrou variação mensal negativa em Pernambuco no mês de julho. A intenção em adquirir novos produtos ou serviços caiu de 77,6 para 76,5 pontos, o que deixa por mais um mês a avaliação na zona negativa, abaixo dos 100 pontos. A tendência era que julho, tradicionalmente mês de férias, poderia apresentar uma elevação no indicador mas, segundo Rafael Ramos, economista da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Pernambuco (Fecomércio-PE), a queda na geração de vagas de emprego, principalmente as formais, foi o principal fator que reduziu a confiança da população em ir às compras. “Sem a segurança de um emprego formal as famílias adotam um comportamento mais conservador, evitando compras de bens duráveis, que geralmente são feitas à prazo”, explica o economista.

Outro fator negativo para o comércio no mês de julho foram os dias de jogos da seleção brasileira na Copa do Mundo, que mesmo elevando a intenção de consumo de alimentação e bebidas, tinha a contrapartida de retirar a população dos grandes centros comerciais, principalmente em dias de jogos, fazendo com que parte da população adiasse compras já programadas. O mês ainda apresentou no dia 16 um feriado no Recife, que prolongou o fim de semana e influenciou o planejamento voltado para consumo.

COMÉRCIO

Apesar da queda mensal, a Fecomércio aponta que a intenção de consumo mostrou uma variação positiva de 8,7% no ano, refletindo uma melhora entre 2017 e 2018 na avaliação que as famílias pernambucanas fazem em relação ao seu poder de compras. O economista Rafael Ramos afirma que o crescimento anual é bastante positivo. O índice saiu de 70,4 para 76,5 pontos, mesmo estando ainda na zona negativa, demonstra uma tendência de melhora até o final do ano. “A inflação aparenta estar sob controle e as taxas de juros permanecem em queda, o que pode melhorar os índices mensais de intenção de consumo”, avalia Ramos, mas ele afirma que a retomada do comércio só vai se dar de forma mais sustentável com a melhora nos índices de emprego. A taxa de desemprego no estado registrou no primeiro trimestre deste ano algo em torno de 700 mil desempregados. “A intenção de consumo no estado voltará a zona positiva de avaliação quando a questão da geração de emprego se mostrar mais robusta. Para o mês de agosto se espera uma intenção de compras maior que em julho, por conta da comemoração do dia dos pais e para o restante do ano deveremos ter um desempenho melhor que em 2017”, afirma Rafael Ramos.

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