EÓLICAS

O pioneirismo das eólicas em Pernambuco

Um pouco da história das eólicas passou pelas primeiras experiências em Fernando de Noronha e em Olinda

Ângela Fernanda Belfort
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Ângela Fernanda Belfort
Publicado em 30/06/2019 às 7:01
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Parte da geração de energia em Fernando de Noronha já vem de fontes renováveis - FOTO: DIVULGAÇÃO
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Pernambuco teve um papel pioneiro na implantação das eólicas. Aqui, foram instaladas três turbinas, sendo duas em Fernando de Noronha e uma no Complexo de Salgadinho, em Olinda. A de Noronha passou a funcionar em 1992 numa parceria feita entre um grupo de pesquisadores da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), órgãos federais e uma instituição dinamarquesa via um programa de cooperação. “Foi o primeiro catavento da nova geração instalado no Brasil”, lembra o diretor da UL, Alexandre Pereira.
“Nós mesmos, da universidade, fazíamos a manutenção das turbinas de Noronha e de Olinda. Depois, essa manutenção passou a ser feita pela Celpe”, afirma Alexandre, que fez parte do grupo de pesquisadores que implantou as três experiências.

A segunda turbina de Noronha foi implantada em 1998 e a de Olinda em 2000. “Lembro do ex-ministro José Goldemberg vindo visitar a turbina de Olinda com uma comitiva”, diz o hoje vice-presidente da Associação Mundial de Energia Eólica (WWEA, na sigla em inglês) e presidente da Eólica Tecnologia, Everaldo Feitosa. Durante as experiências, ele estava à frente do grupo de pesquisadores da UFPE. Em 1998, Goldemberg era presidente da World Energy Assessment. “Na época, faltava desmitificar essa tecnologia, conta Feitosa.
“Essas experiências foram de suma importância. O Brasil tinha um problema muito sério que era a falta de conhecimento do vento. Começou a percepção de que era necessário medir os ventos”, afirma o professor do Departamento de Engenharia Elétrica da UFPE, Pedro Rosas.

POLÍTICA

Segundo Rosas, a experiência pernambucana e mais duas turbinas instaladas em Minas Gerais e no Ceará foram suficientes para o governo federal desenvolver uma política de incentivo ao setor, o Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia (Proinfa) que previa a implantação de usinas eólicas. A iniciativa exigia um alto grau de nacionalização, um dos motivos que fez a implantação dos parques demorarem.

Depois disso, o governo federal começou a contratar, em leilões, a energia produzida por eólicas. Com a garantia da venda, muitos empreendimentos se consolidaram. A fabricação de equipamentos passou a ser local e isso contribuiu para baixar o preço.

A discussão sobre a expansão da energia limpa será o principal mote do Fórum Internacional de Renováveis Versus Nuclear – Experiências Internacionais e Propostas para o Brasil que ocorrerá na próxima quinta-feira no auditório do Sistema Jornal do Commercio de Comunicação. O evento é uma realização da WWEA.

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