Além do movimento de empresas de pequeno porte, o Parqtel também tem respirado novos ares com a indústria. Pela primeira vez na história, o parque terá em seus 47 hectares uma empresa internacional instalada: o grupo italiano Injecta. A novidade é fruto da negociação entre os europeus e os pernambucanos donos da empresa Tron, que teve parte de suas operações vendidas aos italianos.
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A Tron foi a primeira empresa instalada na área do Parqtel e ganhou ao longo dos anos ramificações: Tron Soluções (com foco exclusivo na fabricação e comércio de equipamentos dosadores de químicos) e a Tron Controles (voltada para tecnologia da informação, com sistema de gerenciamento para lavanderias). A parte comprada pela Injecta é justamente a Tron Soluções, que continuará comprando insumos da Tron controles (que ainda pertence aos empreendedores pernambucanos).
Embora a companhia não fale abertamente dos valores envolvidos na negociação, fontes ligadas ao setor estimam que a compra envolveu um montante acima dos R$ 30 milhões. Com a negociação, a expectativa é que o faturamento acumulado da Tron, nos próximos cinco anos, passe dos R$ 215 milhões, aumentando inclusive o número de funcionários na fábrica, que hoje é de cerca de 150 colaboradores.
"Os novos donos da Tron voltam a Pernambuco em outubro para anunciar o plano de negócios. Essa será a primeira unidade da Injecta no Brasil, e é muito importante porque os italianos vão comprar insumos da Tron Controles para montar a produção dos seus dosadores, além de trazerem oportunidade de crescimento para outros fornecedores da região”, diz o presidente da AdDiper, Roberto Abreu e Lima.
Mesmo comemorada, a chegada do grupo italiano ao Parqtel reforça a demanda por modernização do parque, inclusive promovendo mais oportunidade de interação entre as indústrias e startups que já estão instaladas no perímetro. Primeira startup a chegar no Parqtel, a Senfio criou termômetros para monitoramento remoto de temperatura e umidade de diversos produtos. Mesmo aprovando o espaço do Parqtel, sente falta da interação com as empresas vizinhas, que poderiam se tornar possíveis clientes. “A gente tem várias indústrias aqui ao redor do parque, mas eu nem sei como chegar até elas, tratando-se de negócio, e nem elas sabem o que eu faço”, desabafa o fundador da Senfio, Elye Teixeira, que já comercializou cerca de 200 termômetros. Nos arredores do parque, estão 14 empresas de sete grupos industriais, instaladas no distrito do Curado.
“Fizemos recentemente uma missão de visita ao Parqtel e temos ampliado a participação dos negócios de lá nos match days promovidos pela Softex. A gente percebe que muitas das necessidades dos clientes estão relacionadas com hardware, com algum tipo de integração que envolve mais do que o software. Recentemente, a ASA fechou um projeto de pesquisa com a unidade da UPE do Parqtel, e isso começou no match day”, ressalva o presidente do Centro de Excelência em Tecnologia de Software (Softex) do Recife, Alcides Pires.
Além do projeto de revitalização em curso no Parqtel, em parceria com a AdDiper e a Prefeitura do Recife, também há estudos para melhoria de iluminação e segurança no parque.