Por causa do volume de latinhas de alumínio, garrafas de vidro e recipientes de PET descartados durante o Carnaval, trabalhar como catador de materiais recicláveis tem sido opção para pessoas que estão em busca de uma renda extra nos dias de folia. Em Olinda, por exemplo, a expectativa da Secretaria de Meio Ambiente e Planejamento Urbano é de que sejam recolhidas mais de 80 toneladas de latinhas nos cinco dias de Carnaval.
Para recolher todo esse material haverá um cadastramento para catadores de materiais recicláveis. Os interessados devem procurar, a partir desta segunda-feira (3), a sede do órgão, localizada na Estrada do Bonsucesso, nº 306, bairro do Bonsucesso, em Olinda. O horário do cadastramento será das 7h30 às 13h30. Os cadastrados ganharão Equipamentos de Proteção Individual (EPI), como luvas e roupa de identificação. Também serão oferecidos café da manhã e lanches nos pontos de coleta, que funcionarão 24 horas.
Em 2019, somente em Olinda, foram recolhidas 53 toneladas de alumínio, papelão e plástico. Na ocasião, os catadores conseguiram lucrar uma média de R$ 500 durante os dias de folia, mas houve casos em que o lucro chegou a R$ 1 mil.
Além do serviço organizado pela gestão municipal, a Cooperativa de Catadores de Materiais Recicláveis (Coocencipe), que atua em Olinda, está com 600 vagas abertas. Segundo o coordenador de Políticas Sociais do grupo, Mauro Paulino, eles estimam movimentar mais de R$ 170 mil com a venda das latas de alumínio recolhidas na folia. "A gente se prepara o ano todo para o Carnaval. É quando nós conseguimos fazer um dinheiro ma mais", disse. Para se inscrever é preciso acessar o site coocencipe.com.br e seguir as instruções.
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Já no Recife, a gestão municipal trabalha agregando as cooperativas. Segundo a Emlurb, ainda não está definido como será o plano de atuação para o Carnaval 2020. No entanto, as cooperativas da cidade já estão ansiosas. É o caso da Cooperativa de Catadores e Catadoras do Brejo do Beberibe (Resgatando Vidas), no bairro de Dois Unidos. Para Robson Alves, presidente do grupo, agora é o momento de correr atrás de parcerias com a gestão municipal e com empresas.
A cooperativa Resgatando Vidas conta com 20 cooperados e em 2019 metade desse grupo trabalhou no Carnaval do Recife. "Nós arrecadamos pouco. Em 2018 juntamos 7 toneladas. Ano passado foram 4 toneladas. Mesmo assim, cada um de nós conseguimos fazer R$ 800", conta Robson. Segundo ele, fora do período carnavalesco a arrecadação mensal fica numa média de R$ 400.
Robson conta que o quilo das latinhas de alumínio, principal produto descartado no Carnaval, custa R$ 3,20 nos atravessadores e R$ 4,50 se vendido direto na fábrica. Já as garrafas PET podem ser vendidas por até R$ 2,50 o quilo.