Nordeste recebe investimento de R$ 2 bilhões para energia eólica

Pernambuco e Piauí receberão novos complexos de energia eólica
Marília Banholzer
Publicado em 04/03/2020 às 20:12
O investimento de R$ 2 bilhões é recurso próprio da joint venture entre a Votorantim Energia e o fundo canadense CPP Investments Foto: Alexandre Gondim


A região da Serra do Inácio, a área limítrofe entre Pernambuco e Piauí, ganhará um investimento estimado em R$ 2 bilhões. A verba é recurso próprio da Votorantim Energia (VE), em joint venture com o fundo canadense CPP Investments. O valor será usado para implantação de dois novos complexos eólicos na região Nordeste, os Ventos do Piauí II e III.

As duas unidades, juntamente com os parques Ventos do Piauí I e Ventos do Araripe III, deverão compor o maior cluster de geração eólica do Brasil, com 1 mil GW de capacidade instalada. As obras dos novos parques estão previstas para janeiro de 2021, com início de operação em meados de 2022, e conclusão em 2023. Somente os dois novos parques terão capacidade de potência instalada de 411,6 MW.

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"Juntamente com os parques Ventos do Piauí I e Ventos do Araripe III, estes projetos irão compor o maior cluster de geração eólica do Brasil. A joint venture será responsável por 5% da base de geração eólica do País e 36% da base de geração eólica no Piauí. Serão 976,2 MW de capacidade instalada de geração, sendo 745,2 MW naquele estado e 231,0 MW em Pernambuco", afirma Fabio Zanfelice, CEO da Votorantim Energia e presidente do conselho da joint venture.

Em nome da sustentabilidade

Quando os ativos estiverem produzindo energia limpa, 60% do volume gerado será de propriedade das empresas Votorantim Cimentos e Companhia Brasileira de Alumínio (CBA). O restante será vendido no livre comércio. Para as corporações que já contrataram a energia, o foco é em garantir produtos mais sustentáveis.

Alexandre Gondim - Por cauda da busca pela energia limpa, em nome da sustentabilidade, as torres eólicas têm se tornado comuns no Nordeste brasileiro

Em nota enviada à imprensa, o diretor presidente da CBA, Ricardo Carvalho, afirmou que o investimento na energia eólica está alinhado à estratégia de sustentabilidade da empresa. "Atualmente, possuímos a capacidade de geração de 100% de nossa demanda por eletricidade por meio de nossas hidrelétricas, que são mantidas pela Votorantim Energia. Assim, investir na geração de energia eólica irá contribuir ainda mais com o nosso objetivo de produzir um alumínio sustentável", comenta Carvalho.

No mesmo comunicado, o CEO global da Votorantim Cimentos, Marcelo Castelli, usou o mesmo argumento e acrescentou que uma das metas da empresa também é a redução de emissões de CO2. "Quando os complexos começarem a operar, iremos dobrar o volume de energia limpa autoproduzida que consumimos, aumentando a nossa competitividade e gerando benefícios para a sociedade e para o planeta", diz Castelli.

Do ponto de vista do negócio, após a construção dos novos parques, a promessa é que CBA e a Votorantim Cimentos irão deter, cada uma, 50% das sociedades que serão criadas para gerenciar os novos complexos. A outra metade das sociedades será de propriedade da joint venture (Votorantim Energia e a canadense PP Investments).

Histórico da Votorantim Energia

A Votorantim Energia existe desde 1996 mas só chegou ao mercado de energia eólica entre junho e julho de 2017 com os projetos Ventos do Araripe III e Ventos do Piauí I. Os complexo se dividem entre os municípios de Curral Novo do Piauí e Simões, no Piauí e Araripina, em Pernambuco. Hoje Votorantim Energia possui 2,2 GW médios de energia comercializada no mercado livre e gerencia, atualmente, 23 usinas hidrelétricas, 21 parques eólicos, além de ter participação em 9 consórcios, totalizando 2,6 GW de potência instalada.

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