Mesmo com ausências importantes em relação à última Copa, como o lateral Philipp Lahm, o volante Bastian Schweinsteiger e o atacante Miroslav Klose - todos se aposentaram da seleção -, a Alemanha segue, na teoria, como a principal ameaça ao hexa do Brasil. O título conquistado em 2014, com direito o massacre por 7x1 na seleção brasileira na semifinal disputada no Mineirão, tornaram os germânicos a referência e a equipe a ser batida em 2018, como bem lembrou o técnico Joachim Low. Em busca do pentacampeonato, a seleção germânica estreia no Mundial da Rússia neste domingo, às 12h, diante do México, no estádio Lujniki, em Moscou, na abertura do Grupo F.
A força da Alemanha vem da mescla entre jogadores que já são referências, como o goleiro Neuer, os zagueiros Hummels e Boateng, os meio-campistas Khedira, Kroos e Ozil, além do atacante Thomas Müller, com jovens revelações. Caso dos meias Draxler e Goretzka, do lateral Kimmich e do atacante Timo Werner. É com essa mistura que o técnico Joachim Low pretende ir longe também na Rússia.
Em 30 de junho de 2002, Brasil e Alemanha se enfrentaram pela primeira vez na história da Copa do Mundo. Logo em uma final. De um lado, os brasileiros buscando o inédito pentacampeonato e manter a hegemonia no futebol mundial, apostando na genialidade de seus craques e na união do elenco. Do outro, os europeus repetindo a velha fórmula do futebol de força e aplicação tática, na tentativa de igualar o número de títulos, assim como em 1990 - na última vez em que os alemães dividiram o posto de maior vencedor de copas.
Como se sabe, o Brasil venceu a Copa no Japão e Coreia do Sul, após vitória por 2x0, com dois gols de Ronaldo Fenômeno. No entanto, aquela derrota se tornou o ponto de partida para um profundo processo de reformulação no futebol alemão, que culminaria na goleada histórica sobre os antigos algozes, chocando o mundo inteiro com o 7x1 aplicado na semifinal da última Copa, em 2014, em pleno território canarinho.
Após a vitória sobre a Argentina no Maracanã por 1x0, gol de Gotze, a Alemanha deixou o Brasil com o status de seleção a ser batida. O novo cenário desenhado influenciou em diversas equipes, sobretudo no próprio futebol brasileiro, onde inúmeros técnicos modificaram os próprios conceitos táticos e buscaram aproximação com o modelo alemão. O esquema 4-1-4-1 multiplicou-se. A Alemanha passou a gostar de jogar com a bola no pé.
De novo como fortíssima candidata ao título na Rússia, a Alemanha pode alcançar o feito de conquistar o pentacampeonato e compartilhar o topo do futebol mundial com o Brasil. Seria a coroação de vez da mudança radical de quase duas décadas. Para isso, o time alemão precisará mostrar que a fórmula mágica ainda surte efeito.
Técnico da seleção desde 2006, Joachim Low tem uma personalidade excêntrica e, muitas vezes, chama a atenção por hábitos não muito convencionais durante os jogos. No entanto, além de atrair os olhares e as câmeras na beira do gramado, a sua filosofia de jogo se faz presente desde quando assumiu o cargo, depois da saída do ídolo nacional Jürgen Klinsmann do cargo, após o 3° lugar na Copa de 2006. Na Copa seguinte, em 2010, o time caiu para o ‘tiki-taka’ espanhol mas semifinais, antes de colher a glória no Brasil.
Para o Mundial da Rússia, seu terceiro consecutivo à frente da seleção alemã, Löw destaca o alto nível de disputa pelas vagas na equipe titular. “Temos uma disputa competitiva na equipe. A escalação ainda não está definida. Existe uma boa competição (por vaga) internamente na equipe, e nós queremos isso.”
Ele projeta a partida de estreia contra os mexicanos, neste domingo. “O México é um oponente agressivo, vai ser um oponente que vai cobrar tudo de nós. Temos a certeza que estamos bem preparados. Os jogos serão difíceis, mas vamos achar as soluções certas”, pontuou.
Focando a próxima fase, onde será realizado o cruzamento com a chave do Brasil, Löw faz um balanço sobre os possíveis adversários. “A Sérvia fez uma boa qualificação, a Suíça também fez. O Brasil é favorito desse grupo, mas... Não há dúvidas de que estamos observando o geral.”
Löw complementou fazendo uma análise do momento técnico da Alemanha. “Ainda não alcançamos o dinamismo que queremos, mas é normal em um torneio do tamanho da Copa. Ainda precisamos melhorar em algumas questões táticas. Agora é questão de lapidar. A equipe vai melhorar ainda mais nessa semana. Tenho confiança na evolução dos meninos ao longo da competição”, reconheceu o técnico Joachim Löw. Os outros componentes do Grupo F são Suécia e Coreia do Sul.