Provável substituto de Casemiro, suspenso pelo recebimento do segundo amarelo, o volante Fernandinho terá a chance de ouro de superar o olhar torto do torcedor, que até hoje desconfia do jogador, principalmente por conta da presença no 7x1 contra a Alemanha. No duelo contra a Bélgica, nesta sexta-feira, às 15h (horário de Brasília), pelas quartas de final da Copa do Mundo, ele poderá mostrar de vez o motivo de ser tão amado por treinadores de ponta no futebol internacional, como Tite na seleção brasileira e Pep Guardiola, no Manchester City.
No Mundial da Rússia, Fernandinho é uma espécie de 12º jogador do Brasil e considerado até um curinga. Ele foi o único reserva da seleção brasileira que entrou até agora nas quatro partidas disputadas. No total, jogou 76 minutos. Desde que Tite estreou pelo time principal, em setembro de 2016, o meio-campista atuou em 19 das 25 partidas comandadas pelo treinador. Ele foi titular em nove, sendo sete substituindo o próprio Casemiro.
Fernandinho chamou a atenção e ganhou a admiração de Tite e Guardiola, considerado o melhor treinador do futebol mundial, cumprindo as determinações táticas e colaborando bastante nas equipes. “Ele (Fernandinho) tem a característica da época do Atlético-PR, a mesma no Shakhtar, e adaptada a uma função no City, mas que tem no DNA o passador, articulador, jogador do lado esquerdo, que possibilita um poder de marcação forte para a liberdade do Marcelo”, afirmou o comandante da canarinho.
No duelo contra o México pelas oitavas de final, o volante mostrou essa característica na jogada do segundo gol. Após substituir Paulinho, ele interceptou um passe no meio, arrancou com a bola e tocou para Neymar, que concluiu para Firmino completar.
A opinião de Tite é compartilhada exatamente por Guardiola, treinador do clube inglês, que coloca Fernandinho como um dos melhores meio-campistas do mundo. Os torcedores do Manchester City também o tratam como um dos principais jogadores.
“É tão inteligente, que jogou em posições diferentes. Acho que, como um meio-campista, entende muito mais a posição para saber onde existe espaço para atacar. Ele é um dos melhores do futebol”, comentou Pep.
Fernandinho acredita que o diferencial está na versatilidade. “Tenho a facilidade de jogar em várias posições, de entender o que o treinador pede desde que era muito jovem. Isso me ajudou muito no decorrer de toda a minha carreira. Em dois anos trabalhando com o Pep (Guardiola) melhorei de maneira considerável”, afirmou o volante, que acredita viver um momento muito melhor do que em 2014.
O meio-campista é um dos seis remanescentes que estavam no vexame histórico para Alemanha no último Mundial. Assim como agora, começou a competição na reserva, mas ganhou a posição durante a campanha brasileira. Diante dos belgas, quer superar o trauma. “Os últimos quatro anos foram muito bons em vários aspectos. Muito aprendizado. Muita melhora técnica, tática, física e psicológica. Tenho colhido alguns bons frutos, principalmente, no meu clube com conquista de títulos e boas atuações. E, é claro, quero repetir isso na seleção brasileira”, pontuou o meio-campista.
A história de Fernandinho com a seleção brasileira não se resume apenas ao time profissional. No currículo, ele também tem um título mundial sub-20 pelo Brasil.