O Brasil entra em campo nesta terça (18) para o seu último amistoso de 2014, ano que vai terminar permeado por fortes emoções, grandes esperanças e o maior vexame de todos os tempos da seleção. Se o resultado na Copa do Mundo jamais será apagado, o time que enfrenta a Áustria, no estádio Ernst-Happel, em Viena, a partir das 15h (horário do Recife), atravessa atualmente um processo de reconstrução interna em sua longa busca para voltar a ter respeito internacional.
Mas o grupo já descobriu que só somar vitórias em amistosos não cicatrizará as feridas. “Ainda tentamos sair do inferno. Voltamos ao purgatório”, disse José Maria Marin, presidente da CBF, em uma referência à frase que disse antes da Copa do Mundo alertando que, no caso de uma derrota, todos iriam ao inferno.
Neste clima, o técnico Dunga deixou claro que só um resultado interessa contra os austríacos: a vitória. A estratégia é vencer todas as partidas que disputar para voltar a dar confiança aos jogadores, reconquistar a torcida e até a credibilidade de patrocinadores.
Sob o comando do treinador, foram cinco jogos, cinco vitórias, 12 gols marcados e nenhum sofrido. Para garantir 100% de aproveitamento, o time que entra em campo é o mesmo da goleada por 4x0 sobre a Turquia, na semana passada. “Quanto mais confiança um jogador tem, mais ele vai render”, justificou o treinador.
Marin também defende uma “renovação paulatina”, para não queimar os mais jovens. O trabalho de reconstrução do time passa por um novo comportamento dentro de campo e no vestiário. Nos últimos dias, em Viena, Dunga promoveu uma reviravolta no ritmo dos treinos, o que chegou a deixar os mais experientes sem fôlego. Adotou um sistema de treinos acelerados, com inovações: o uso de mais de dois goleiros, configurações variadas de campo e sempre com a meta de conseguir um time compacto, rápido e em que todos marquem.
“Esse é o futebol moderno. Temos de treinar como se fosse um jogo, no mesmo ritmo e pressão”, enfatizou Dunga. Ele diz que a vontade dos jogadores de superar a mancha da Copa é tão grande que é obrigado a retirá-los do campo de treinamento. Outra marca dessa nova fase é a decisão de Dunga de alertar a todos que não existe vaga garantida. “As opções são muitas”, costuma dizer Dunga quando perguntado sobre a formação da equipe.