Motoristas e cobradores de ônibus reféns das torcidas organizadas

Presidente da Urbana-PE, Fernando Bandeira, vai entrar com ação contra as TOs
Do JC Online
Publicado em 03/02/2015 às 7:00
Presidente da Urbana-PE, Fernando Bandeira, vai entrar com ação contra as TOs Foto: Guga Matos/ JC Imagem


Assim como os metroviários, motoristas e cobradores de ônibus também sentem o medo da violência em dias de futebol na Região Metropolitana do Recife (RMR). O presidente do Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros de Pernambuco (Urbana-PE), Fernando Bandeira, reconheceu que o sistema virou refém do vandalismo promovido por integrantes das torcidas organizadas e se disse preocupado com a integridade física dos funcionários e dos passageiros.

Fernando promete entrar, nos próximos dias, com um ação no Ministério Público cobrando punições aos torcedores flagrados depredando os coletivos. Segundo números divulgados nesta segunda-feira (2) pela Urbana-PE, no clássico entre Santa Cruz e Sport, sábado, no Arruda, 54 veículos foram danificados. Já na partida entre Náutico e Salgueiro, na Arena Pernambuco, no dia seguinte, outros 23 foram avariados. Assim, a semana começou com 77 ônibus fora de circulação para serem reparados.

“Quem está depredando os ônibus não são cidadãos, e sim marginais. Precisamos punir essas pessoas com rigor, pois a sensação de impunidade estimula atos de vandalismo”, afirmou Fernando Bandeira. “A nossa preocupação vai muito além dos danos materiais às empresas. Nossa prioridade é zelar pela integridade física de motoristas e passageiros, pessoas de bem que são vítimas diretas da violência em dias de futebol”, completou.

CONSEQUÊNCIA

O medo da violência promovida pelas torcidas organizadas se transformou em um dos maiores problemas para as empresas de ônibus montarem as suas escalas de motoristas e cobradores que vão trabalhar em dias de jogos de futebol no Recife. “É cada dia mais complicado, pois mesmo oferecendo bônus no salário ninguém quer trabalhar em dias de partidas, principalmente nos clássicos. Motoristas e cobradores têm medo de se machucarem gravemente”, contou o diretor de operações de uma empresa de ônibus que pediu para não ser identificado.


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