Uma mulher foi agredida por torcedores do Grêmio na noite deste domingo (3) ao buscar um amigo no estádio Beira-Rio, em Porto Alegre, depois da partida em que o Inter derrotou o Grêmio por 2 a 1 e conquistou o Campeonato Gaúcho.
A ativista pelos direitos das prostitutas Monique Prada, 37, que também é editora do projeto Mundo Invisível, estava com o amigo em seu carro quando tentou desviar da massa de torcedores que deixava o estádio após o jogo. No entanto, acabou entrando numa rua em que um grupo de gremistas promovia um quebra-quebra.
Os torcedores chutaram o carro da ativista, quebraram um dos vidros do veículo e cortaram seu rosto com uma garrafa de cerveja. O amigo sofreu apenas arranhões causados pelos pedaços de vidro do carro. A ativista e o amigo não usavam camisetas de time e ela diminuiu a velocidade do carro ao perceber a confusão porque viu crianças junto aos torcedores.
"Essa cultura bélica sobre futebol precisa de algum modo ser extinta. Amigos colorados, amigos gremistas: até quando?", escreveu Monique em seu blog. "Fui uma das vítimas de hoje. Mas sinceramente, isso não pode mais ser tolerado como algo que faz parte."
O texto repercutiu nas redes sociais e provocou manifestações de solidariedade à ativista. Ela vai registrar a agressão nesta segunda-feira (4) na polícia.
"As pessoas precisam sair do estado de guerra em que estão", diz. "Não posso ser proibida de circular apenas porque neste ou naquele dia temos um jogo de futebol. Não posso e não vou."
Após a derrota no Beira-Rio, alguns gremistas arremessaram cadeiras na torcida colorada. Os assentos foram arrancados do estádio e jogados nos adversários.