Sete dirigentes da Fifa dos nove indiciados nos Estados Unidos, incluindo o ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) José Maria Marin, foram detidos nesta quarta-feira em Zurique, anunciou o ministério suíço da Justiça. No total, cinco cidadãos latino-americanos e dois britânicos foram detidos em relação com o caso de suspeita de corrupção e aguardam uma eventual extradição, solicitada pela promotoria de Nova York.
Além de Marin, que é integrante do comitê de organização da Fifa para os Jogos Olímpicos, os demais detidos são: Jeffrey Webb (Grã-Bretanha), vice-presidente da Fifa e presidente da Concacaf, Eduardo Li (Costa Rica), membro dos comitês executivos da Fifa e da Concacaf, Julio Rocha (Nicarágua), diretor de desenvolvimento na Fifa, Costas Takkas (Grã-Bretanha), adjunto do gabinete do presidente da Concacaf, Eugenio Figueredo (Uruguai), atual vice-presidente da Fifa, e Rafael Esquivel (Venezuela), membro executivo da Conmebol.
Entre os envolvidos também está o paraguaio Nicolás Leoz, que presidiu a Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) até 2013. O Departamento de Justiça indiciou por corrupção nove membros da Fifa e cinco executivos de marketing esportivo por atos ocorridos nos últimos 24 anos.
As acusações também envolvem Alejandro Burzaco, da empresa 'Torneos y Competencias', e Aaron Davidson, presidente da empresa Traffic Sports USA, assim como Hugo e Mariano Jinkis, diretores do Full Play Group. Ao mesmo tempo, a sede da Concacaf (Confederação de Futebol para América do Norte, Central e Caribe), que fica em Miami, foi revistada como parte do mesmo processo.
A investigação "se estende pelo menos ao longo de duas gerações de dirigentes de futebol, suspeitos de abuso de suas posições para obter milhões de dólares em subornos e comissões", afirma um comunicado da secretária de Justiça, Loretta Lynch.
O ministério suíço informou que bloqueou contas em vários bancos pelos quais os valores investigados transitaram. Também apreendeu documentos na sede da Fifa em Zurique, como parte de outro processo penal, desta vez iniciado pela Suíça, sobre as condições do processo de escolha das sedes das Copas do Mundo de 2018 e 2022, Rússia e Catar, respectivamente.