Depois de duas horas de reunião, os dirigentes da Uefa, entidade que dirige o futebol europeu, decidiram não boicotar a eleição para presidente da Fifa marcada para esta sexta-feira (28). Os cartolas da Uefa mantiveram o discurso de apoio ao príncipe da Jordânia, Ali bin Al-Hussein, vice-presidente da entidade e único adversário do presidente Joseph Blatter, favorito à reeleição a um quinto mandato.
A eleição será realizada durante o congresso que começa nesta quinta (28) em Zurique com as 209 federações com direito a voto. Na tarde de quarta (27), dirigentes da Uefa ameaçaram boicotar a eleição após a operação policial que prendeu sete cartolas da Fifa em Zurique, entre eles o ex-presidente da CBF José Maria Marin -todos acusados de corrupção pelas autoridades americanas.
Parte dos membros da entidade europeia, porém, resistia ao movimento de boicote, preferindo marcar posição pelo voto contra o adversário de Blatter. O presidente da entidade, Michel Platini, teria pedido pessoalmente para Blatter renunciar ao cargo. O suíço, no entanto, teria recusado discutir o assunto. Já o presidente da federação holandesa, Michael van Praag, que desistiu de concorrer ao cargo, afirmou aos jornalistas que o boicote não teria efeito e daria uma vitória tranquila a Blatter.
Sob pressão diante do escândalo que atinge a imagem da Fifa, Blatter marcou reunião de emergência com os representantes das confederações continentais para discutir a crise. No encontro, teria novamente reforçado que não vai deixar o cargo antes da eleição desta sexta. Mais cedo, ele cancelou presença agendada oficialmente em evento de medicina esportiva da Fifa marcado. O diretor médico da Fifa, Jiri Dvorak, argumentou que o dirigente suíço disse que não poderia comparecer por causa das "turbulências" em curso.