Fifa admite trocar sedes das Copas de 2018 e 2022

Se surgirem evidências de que as vitórias de Qatar e Rússia foram compradas, os Mundiais poderão ser invalidados
Do JC Online
Publicado em 07/06/2015 às 23:24
Se surgirem evidências de que as vitórias de Qatar e Rússia foram compradas, os Mundiais poderão ser invalidados Foto: Fifa/Divulgação


A Fifa admitiu que as Copas do Mundo de 2018, na Rússia, e de 2022, no Qatar, podem ter suas sedes alteradas caso se comprove suborno nas escolhas dos países. A afirmação veio do presidente do Comitê de Auditoria da Fifa, Domenico Scala, ao jornal suíço Sonnds_matia_palvrZeitung, neste domingo (7). Se surgirem evidências de que as vitórias de Qatar e Rússia só foram conquistadas com votos comprados, então essas vitórias poderão ser invalidadas. 

Essas evidências ainda não apareceram, disse o cartola, responsável pelo processo de reforma da Fifa, anunciado após a renúncia de Joseph Blatter.  Reportagem da revista alemã Der Spiegel, publicada em novembro de 2014, diz que Blatter cogitava tirar a Copa do Qatar, o que posteriormente ele negou.  É a primeira vez, contudo, que um representante da cúpula da entidade admite publicamente a chance de deixar a Rússia sem a Copa.

As escolhas das duas sedes estão sendo investigadas por autoridades da Suíça e dos Estados Unidos. Tanto a Rússia como o Qatar já tinham negado irregularidades nos processos de escolha dos países. Na última quarta (3), Chuck Blazer, ex-integrante do comitê-executivo da Fifa, afirmou em depoimento à Justiça dos EUA que houve pagamento de propinas nas escolhas das sedes da Copa do Mundo de 1998, na França, e 2010, na África do Sul.

O norte-americano foi o delator do esquema de corrupção que causou o indiciamento de 14 pessoas por negociações com propinas. Vladimir Putin, presidente da Rússia, fez críticas às investigações dos EUA. "Se algo aconteceu, não aconteceu em território norte-americano, e os Estados Unidos não têm nada a ver com isso", disse Putin. Esta é outra tentativa descarada de estenderem sua jurisdição para outros países", acrescentou o presidente russo.

BLATTER

De acordo com o jornal sul-africano Sunday Times, o presidente da Fifa, Joseph Blatter, também participou da articulação para que o ex-vice da entidade, Jack Warner, recebesse US$ 10 milhões em 2008. O valor, segundo a investigação dos EUA, foi pago ao cartola caribenho como propina pela escolha da África do Sul como sede da Copa do Mundo de 2010.

A publicação cita que uma troca de e-mails que tratava do pagamento da quantia citou a atuação de Blatter no acordo. O jornal, porém, não publicou os e-mails. Na semana passada, a Fifa já admitira que seu secretário-geral, Jérôme Valcke, recebeu carta da federação sul-africana de futebol pedindo que os US$ 10 milhões fossem repassados a Warner, então presidente da Concacaf. O valor, segundo a carta, seria para um projeto de legado da Copa-2010 à diáspora nos países do Caribe.

A Fifa, no entanto, afirma que não teve qualquer participação na execução do projeto. No dia seguinte à acusação, porém, Blatter anunciou que deixaria a entidade e que convocaria nova eleição para escolher o seu sucessor.


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