O ex-presidente da Concacaf (confederação de futebol da América do Norte, Central e do Caribe) Jack Warner é acusado pelo Departamento de Justiça dos EUA de ter desviado doações da Fifa e da federação de futebol da Coreia do Sul para as vítimas do terremoto que atingiu o Haiti em 2010, informou o canal de TV britânico BBC.
Segundo documentos obtidos pelo canal, as investigações americanas chegaram à conclusão que US$ 750 mil que seriam destinados ao fundo de emergência para os atingidos pelo terremoto foram transferidos para contas controladas por Warner para seu "uso pessoal".
Em 2012, a Federação de Futebol de Trinidad e Tobago afirmou que o dinheiro doado dois anos antes para as vítimas do terremoto havia sido transferido para contas controladas por Warner. Após o caso, a Fifa congelou o repasse de verbas para a federação do país caribenho.
Na época, o dirigente afirmou que as acusações eram parte de uma conspiração contra ele. "Não tenho nada a dizer para ninguém. Quem quiser fazer alegações, faça alegações", afirmou em 2012. Ex-vice-presidente da Fifa, Warner continua negando participação em qualquer ato ilícito.
O dirigente de Trinidad e Tobago também é acusado pelo Departamento de Justiça dos EUA de ter recebido propina para fechar acordos pelos direitos comerciais de competições realizadas pela Concacaf e para votar na candidatura da África do Sul a sede da Copa do Mundo de 2010, entre outros delitos.
Warner chegou a ser preso em Trinidad e Tobago após a operação na Suíça que deteve sete dirigentes da Fifa, mas foi liberado após pagar fiança. Ele é acusado de corrupção e lavagem de dinheiro pelos EUA e enfrenta um processo de extradição para o país.