Tragédia no Arruda: Pai de Paulo Ricardo se sente aliviado com condenação

José Paulo, 58 anos, não escondeu a emoção ao saber que os três acusados de matar o filho Paulo Ricardo Gomes da Silva com uma privada atirada de dentro do estádio do Arruda, no dia 2 de maio de 2014, foram condenados por júri popular em julgamento realizado nesta quarta-feira, na 2ª Vara do Tribunal do Júri, no Fórum Rodolfo Aureliano, em Joana Bezerra, Centro do Recife. Em entrevista para a imprensa logo após a sentença de condenação, ele falou em alívio.

“Estou mais aliviado. Pelo menos a justiça foi feita. Criem bárbaro tem que ter justiça”, disse José Paulo, que fez aniversário justamente nesta quarta. “Hoje não tem comemoração. Só tem coração sentido e alívio com a condenação”.

O tio de Paulo Ricardo, Tiago Valdevino, foi outro a comemorar a condenação do trio autor do crime. “A espera vale a pena. A justiça tardou, mas chegou”. Logo depois que a sentença da condenação foi divulgada, Tiago aproveitou para pedir que o desfecho do caso do sobrinho sirva como um divisor de água nos episódios de violência entre as torcidas organizadas em Pernambuco. “Esta é a nossa expectativa, a nossa esperança. Queremos que essa condenação sirva como reflexão para que todos pensem duas vezes antes de agredir outra pessoa e quem sabe a violência nos estádios acabe de uma vez”, afirmou.

As penas

Depois de quase 12 horas julgamento, o juiz Jorge Luiz dos Santos Henriques proferiu as sentenças. Everton Felipe Santiago Santana pegou 28 anos e noves; Luiz Cabral de Araújo Neto pegou 25 anos, sete meses e 15 dias, enquanto que Waldir Pessoa Firmo Júnior pegou 22 anos e seis meses de detenção. Todos em regime fechado.

Relembre o caso

O soldador naval Paulo Ricardo Gomes da Silva, 26, foi morto no dia 2 de maio de 2014 depois de ser atingido por uma privada jogada de dentro do estádio do Arruda, após a partida entre Santa Cruz e Paraná, pela Série B. Paulo morreu na hora e outras três pessoas foram atingidas por estilhaços. Dias após o ocorrido, Everton, Luiz Cabral e Waldir foram detidos pela Polícia Civil. Os três confessaram terem retirado e atirado os dois vasos do estádio. O caso ganhou repercussão internacional, principalmente pelo fato do Brasil ser o país-sede da Copa do Mundo.