O sul-coreano Chung Mong-Joon afirmou nesta quinta-feira (8) que utilizará "todos os meios legais disponíveis para desmascarar a injustiça", em uma referência à decisão do Comitê de Ética da Fifa de suspendê-lo por seis anos, e declarou que o suíço Joseph Blatter não pretende deixar a presidência da entidade.
O ex-vice-presidente da Fifa foi punido como resultado de uma investigação da comissão por irregularidades envolvendo os países que se candidataram a sediar a Copa do Mundo de 2022, incluindo o pagamento de subornos. Com o apoio do magnata da Hyundai, a Coreia do Sul foi uma das candidatas, mas acabou sendo derrotada pelo Catar.
"Ainda que não me surpreenda esta decisão, estou profundamente decepcionado por uma medida que, outra vez, demonstra a natureza tremendamente irresponsável e antiética da Fifa", afirmou Chung, que nos últimos dias se notabilizou por duros ataques a Blatter.
A punição significa que o sul-coreano não poderá participar da eleição marcada para 26 de fevereiro e que foi convocada poucos dias depois de Blatter vencer a disputa e conquistar um novo mandato - o dirigente suíço, porém, optou por convocar nova votação diante da crise enfrentada pela entidade, com vários dos seus membros envolvidos em escândalos de corrupção, garantindo que não iria se candidatar.
Além da punição a Chung, o Comitê de Ética da Fifa também anunciou nesta quinta-feira a suspensão por 90 dias de Blatter, do secretário-geral Jérôme Valcke e de Michel Platini, atual presidente da Uefa e, até então, principal favorito a suceder o dirigente suíço.
Chung argumenta que, ao contrário do que diz publicamente, Blatter pretende se manter na presidência da Fifa. "A comunidade do futebol internacional já está percebendo que o presidente Blatter quer voltar a seu posto atual depois de 26 de fevereiro de 2016, quando terá expirado a suspensão provisória de 90 dias, se o congresso de emergência da Fifa estiver incapaz de eleger um novo presidente", atacou o sul-coreano.