Comitê da Fifa abre processo que pode banir Blatter e Platini

Processo foi aberto pelo chefe do comitê, o alemão Hans-Joachim Eckert, com base no relatório final da investigação contra ambos, concluído no fim da semana passada
Da Folhapress
Publicado em 23/11/2015 às 12:23
Processo foi aberto pelo chefe do comitê, o alemão Hans-Joachim Eckert, com base no relatório final da investigação contra ambos, concluído no fim da semana passada Foto: Foto: AFP


O Comitê de Ética da Fifa anunciou nesta segunda-feira (23) que abriu processo contra os cartolas Joseph Blatter e Michel Platini pelo pagamento suspeito de US$ 2 milhões que o ex-jogador francês recebeu dos cofres da entidade em 2011.

O processo foi aberto pelo chefe do comitê, o alemão Hans-Joachim Eckert, com base no relatório final da investigação contra ambos, concluído no fim da semana passada.

A investigação pede sanções a Blatter e Platini -o teor desta conclusão não foi revelado, mas uma das punições possíveis é bani-los das atividades do futebol por um período exato de anos.

Os dois cartolas terão direito de se manifestar no curso do processo. A previsão é que uma decisão final seja anunciada pelo Comitê de Ética, um órgão independente, ainda em dezembro.

Blatter e Platini já estão suspensos provisoriamente por 90 dias desde outubro.

Platini aguarda o resultado desta investigação para levar adiante o desejo de disputar a eleição para a presidência da Fifa, marcada para 26 de fevereiro. A viabilidade de sua candidatura depende da conclusão desse processo interno.

Blatter, por sua vez, não gostaria de deixar a Fifa pelas portas dos fundos. Ele se despediria do cargo oficialmente no Congresso de fevereiro, convocado por ele após o escândalo de corrupção que levou à prisão de sete cartolas no dia 27 de maio, dois dias antes de o suíço ser reeleito para mais um mandato de quatro anos.

Uma eventual decisão do Comitê de Ética de banir Blatter o tira de qualquer possibilidade de conduzir o Congresso de fevereiro, que reúne as 209 federações filiadas à Fifa.

Ambos negam irregularidades no pagamento de US$ 2 milhões. Segundo Platini, o dinheiro é fruto de serviços prestados à Fifa entre 1999 e 2002, mesma versão apresentada por Blatter.

O problema é que essa transação jamais teria sido registrada no balanço financeiro da Fifa, nem mesmo haveria um contrato assinado com Platini em relação a isso.

O valor foi repassado ao cartola francês meses antes da reeleição de Blatter, em maio de 2011, ao cargo de presidente da Fifa -na ocasião, ele foi apoiado pelo ex-jogador francês.

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