A Fifa anunciou nesta sexta-feira (4) a suspensão por 90 dias dos seus dois vice-presidentes que foram presos em Zurique na quinta. Juan Ángel Napout, presidente da Conmebol, e Alfredo Hawit, mandatário da Concacaf, foram detidos a pedido da Justiça dos Estados Unidos, que os acusam de corrupção e lavagem de dinheiro.
Tanto Napout como Hawit vão agora aguardar a um longo processo de extradição aos EUA e que deve estar concluído apenas em meados de 2016. Para a Justiça dos EUA, praticamente todo o futebol sul-americano foi assolado por uma "corrupção sistemática". Esses cartolas teriam recebidos propinas na negociação de contratos comerciais da Copa Libertadores, Copa América, Eliminatórias para a Copa do Mundo e mesmo amistosos, no valor de US$ 200 milhões (R$ 750 milhões).
No total, 16 pessoas foram indiciadas pelos americanos, com um profundo impacto nas Américas. A lista de indiciados também inclui Manuel Burga (ex-presidente da Federação de Futebol do Peru), Carlos Chavez (Federação da Bolívia), Luis Chiriboga (Equador), Eduardo Deluca (secretário-geral da Conmebol), Jose Luis Meiszner (ex-secretário da Conmebol), Romer Osuna (auditor da Federação da Bolívia), além de Marco Polo Del Nero, presidente licenciado da CBF, e Ricardo Teixeira, ex-presidente da entidade brasileira.
A operação realizada nesta quinta é semelhante àquela feita no fim de maio, também em Zurique e no mesmo hotel. Na ocasião, sete cartolas da Fifa foram presos, incluindo o ex-presidente da CBF José Maria Marin.
Juntas, as operações policiais de maio e de dezembro abalam de forma profunda a administração do futebol da região. Presidentes ou ex-cartolas das federações do Chile, Colômbia, Bolívia, Brasil, Venezuela, Honduras e Costa Rica estão sob investigação. Empresários que controlavam o lado comercial do esporte na região e ainda intermediários também foram indiciados e nesta sexta-feira começam a ser julgados.