Preso na Suíça, Napout renuncia e uruguaio assume presidência da Conmebol

A renúncia de Napout foi anunciada durante reunião do Comitê Executivo da Conmebol, em Assunção
Do Estadão Conteúdo
Publicado em 11/12/2015 às 21:20
A renúncia de Napout foi anunciada durante reunião do Comitê Executivo da Conmebol, em Assunção Foto: Foto: NORBERTO DUARTE / AFP


Preso em Zurique na semana passada, o presidente da Conmebol, o paraguaio Juan Ángel Napout, renunciou ao cargo nesta sexta-feira. Seu substituto será o uruguaio Wilmar Valdez, que assume a presidência de forma interina até o congresso extraordinário da entidade, marcado para o dia 26 de janeiro.

A renúncia de Napout foi anunciada durante reunião do Comitê Executivo da Conmebol, em Assunção. À frente do encontro, Valdez, que é o terceiro vice-presidente da entidade e chefe da Associação Uruguaia de Futebol, contou com o apoio dos demais membros do comitê para assumir a presidência provisoriamente. 

Napout foi preso na quinta-feira passada em Zurique, na Suíça, no mesmo hotel Baur Au Lac em que sete cartolas da Fifa foram detidos no dia 27 de maio. O episódio desencadeou forte crise na entidade máxima do futebol. Naquela ocasião José Maria Marin, ex-presidente da CBF, estava entre os detidos - já foi extraditado para os Estados Unidos. 

Napout e o presidente da Concacaf, o hondurenho Alfredo Hawit, foram detidos pela polícia suíça a mando do Departamento de Justiça dos EUA sob a acusação de corrupção e lavagem de dinheiro. Na sequência, os dois dirigentes, que também são vice-presidentes da Fifa, foram suspensos por 90 dias pela entidade. Agora aguardam processo de extradição para os EUA - Napout já avisou que aceita ser transferido. 

Eleito em março deste ano, Napout se tornou o terceiro presidente da Conmebol a ser indiciado em denúncias de corrupção investigadas pelas autoridades norte-americanas. Antes dele, foram indiciados o também paraguaio Nicolás Leoz e o uruguaio Eugenio Figueredo. Leoz resiste à extradição em seu país, enquanto Figueredo está detido em Zurique desde maio.

Não foram os únicos dirigentes da Conmebol a serem citados pela Justiça norte-americana. Os dois primeiros vice-presidentes, o venezuelano Rafael Esquivel e o chileno Sergio Jadue, já deixaram seus cargos por envolvimento no mesmo escândalo de corrupção. Esquivel está preso na Suíça e Jadue assumiu a culpa e colabora com as autoridades norte-americanas.

Outros acusados são os dois últimos secretários-gerais da Conmebol, os argentinos José Luis Meiszner e Eduardo Deluca. Meiszner já se entregou à Justiça na Argentina. Todos são suspeitos de participar do esquema de pagamento de propinas para privilegiar empresas na venda dos direitos de transmissão de torneios organizados pela Conmebol, como a Copa América.


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