Apesar de Santa e Sport terem oscilado bastante no Primeiro Turno do Brasileirão - na maioria das rodadas figurando na parte de baixo da tabela -, o desempenho das duas equipes não se assemelharam em nada na reta final da primeira parte da competição. Enquanto que os rubro-negros conseguiram uma boa arrancada e não perdem há cinco partidas (três vitórias e dois empates), ocupando a 12ª colocação, com 23 pontos, os tricolores vêm em queda livre e não vencem há quatro partidas (três derrotas e um empate), figurando na zona do rebaixamento.
O Sport iniciou a Série A sentindo a troca de treinadores. Como Paulo Roberto Falcão falhou no primeiro semestre e foi demitido após as eliminações na Copa do Nordeste e no Campeonato Pernambucano, o novo treinador, Oswaldo de Oliveira, precisou realizar mudanças táticas e trocar algumas peças durante a competição, o que dificultou o encaixe da equipe.
Não por acaso o Leão passou nove das dez primeiras rodadas da Série A na zona de rebaixamento. Saiu após a goleada por 5x1 em cima da Chapecoense, na 11ª rodada, mas em seguida voltou para o Z-4. A situação só melhorou com a sequência invicta de cinco jogos (três vitórias e dois empates) na reta final do primeiro turno.
Boa parte da recuperação se deve ao meia Diego Souza. Com a chegada de Oswaldo, ele voltou a atuar na posição em que se destacou na carreira e se tornou peça fundamental, além de vice-artilheiro da Série A, com nove gols. O técnico também foi peça chave para evolução da equipe na competição com seus conceitos e reforços que chegaram. Edmilson e Rogério logo viraram titulares. Ele também encontrou soluções caseiras. Everton Felipe ganhou vaga no ataque e Rodney Wallace, mesmo improvisado, assumiu a lateral esquerda.
Motivado pelos títulos do Pernambucano e do Nordestão, o Santa Cruz entrou embalado na Série A. As duas conquistas serviram de combustível para o Tricolor começar com tudo no Brasileirão, tanto que chegou a liderar a competição nas três primeiras rodadas. Porém, depois do ímpeto inicial, a realidade veio à tona.
Com elenco limitado tecnicamente, a queda iminente da Cobra Coral na tabela de classificação era questão de tempo. A diretoria tricolor, por acreditar que o elenco que levantou dois troféus no primeiro semestre seria qualificado o suficiente para fazer bonito na Série A, quebrou a cara, e se deparou com o choque de realidade entre as competições.
O primeiro revés no Brasileirão aconteceu justamente para o arquirrival Sport (1x0, no Arruda, pela 5ª rodada). Apesar de ter sido derrotado pelo placar mínimo, o estrago feito pelo Leão, na verdade, acabou atingindo a confiança do elenco coral. Nas nove partidas seguintes, o Santa perdeu sete e venceu duas. Situação não muito diferente nas cinco últimas rodadas do Primeiro Turno: três derrotas, um empate e uma vitória, e time ancorado na zona do rebaixamento.
“O Primeiro Turno não foi como queríamos. Precisamos ter calma, mesmo estando numa situação na tabela que não queríamos. Fizemos de tudo nessa primeira parte da competição, mas as coisas não aconteceram. Agora é ter em mente que temos o returno inteiro para mudar essa situação”, contou Milton Mendes.