Após tragédia, torcedores da Chapecoense fazem vigília na Arena Condá

Cerca de 700 torcedores se aglomeram no estacionamento do Centro de Eventos, onde entoam cânticos de apoio e realizam rodas de oração pelas vítimas
ABr
Publicado em 29/11/2016 às 10:53
Cerca de 700 torcedores se aglomeram no estacionamento do Centro de Eventos, onde entoam cânticos de apoio e realizam rodas de oração pelas vítimas Foto: Foto: @Cirosalla via Twitter


Cerca de 700 torcedores da Chapecoense se reúnem nos arredores do estádio Arena Condá, em Chapecó (SC), após o acidente envolvendo o avião que transportava a delegação do clube para Medellín, na Colômbia. Os torcedores fazem uma vigília e acompanham a chegada dos jogadores que não viajaram para a final da Copa Sul-Americana.

Com os portões do estádio fechados, os chapecoenses se aglomeram no estacionamento do Centro de Eventos, onde entoam cânticos de apoio e realizam rodas de oração pelas vítimas.

Os jogadores que não viajaram com a delegação também chegam à Arena Condá em busca de mais informações. Todos visivelmente emocionados, chorando muito com a perda dos colegas e amigos. Parentes das vítimas permanecem na Arena Condá à espera de informações.

Tragédia envolvendo a delegação da Chapecoense

A tragédia envolvendo a delegação da Chapecoense ocorre justamente no momento em que o clube catarinense buscava consolidação entre os grandes times de futebol do país.

O Verdão do Oeste, como é conhecido entre os torcedores, disputa a primeira divisão do Campeonato Brasileiro pela terceira temporada consecutiva e já garantiu vaga antecipada para disputar a Copa Sul-Americana de 2017.

Fundado em 10 de maio de 1973, a Associação Chapecoense de Futebol passou a maior parte da história destacando-se em nível regional: até o fim dos anos 90, as principais conquistas do clube foram os títulos do Campeonato Catarinense de 1977 e 1996 e da Taça Santa Catarina de 1979.

Os primeiros anos do século 21 foram difíceis para os torcedores da Chape. O clube enfrentou uma crise a partir de 2001 e chegou a ser rebaixado para a segunda divisão do futebol catarinense. Mesmo com o título estadual de 2007, foi apenas em 2009 que o Verdão começou a se recuperar. Naquele ano, o time que disputou a Série D do Campeonato Brasileiro obteve a terceira colocação — e o acesso à Série C.

A Chapecoense permaneceu na terceira divisão por três anos. Nesse período, conquistou pela quarta vez o Campeonato Catarinense em 2011 e por pouco não se classificou para a Série B nacional. A ascensão, no entanto, estava reservada para o ano seguinte: em 2012, o clube subiu para a segunda divisão — e no ano seguinte, em 2013, conquistou o acesso à elite do futebol brasileiro.

Até o acidente da última madrugada, o ano de 2016 era considerado um dos melhores para a Chape. No Campeonato Brasileiro, o clube faz a melhor campanha de sua história, ocupando a 9ª posição na tabela a uma rodada do fim da competição. Em nível internacional, o clube conquistou o direito de disputar a final da Copa Sul-Americana após superar equipes de tradição em competições continentais, como os argentinos Independiente e San Lorenzo.

A decisão da Sul-Americana, no entanto, que simbolizava o auge da ascensão chapecoense, acabou manchada pela queda do avião que levava jogadores, comissão técnica, dirigentes e jornalistas a Medellín — cidade colombiana onde o clube disputaria a primeira partida da final contra o Atlético Nacional.

A partida, que estava marcada para amanhã (30) à noite, foi adiada pela Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol). A nova data ainda não foi divulgada.

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