Vítima de tragédia da Chapecoense, pernambucano Kempes é pouco conhecido onde nasceu

Após sair da cidade natal ainda criança, poucos conhecem o atacante em Carpina, na Zona Mata Norte de Pernambuco
Diego Toscano
Publicado em 29/11/2016 às 17:29
Foto: AERONÁUTICA CIVIL/Colômbia


Se a comoção tomou conta de Caetés III, em Abreu e Lima, na casa dos familiares e amigos de Cleber Santana, Carpina amanheceu se perguntando: quem é Everton Kempes, um dos 75 mortos no desastre aéreo com a delegação da Chapecoense na Colômbia? O município da Zona da Mata Norte de Pernambuco é o local de nascimento do atacante, um dos destaques do clube catarinense na temporada. Porém, como o jogador deixou Carpina, que fica a 45 quilômetros da capital Recife, ainda criança, poucos habitantes do município conheciam a história do atleta.

A reportagem do JC Online atravessou a cidade procurando familiares do jogador nos bairros de Senzala, Centro e Bairro Novo. Em todos os lugares, as pessoas até conheciam a história da tragédia em La Unión, na Colômbia e que vitimou 71 pessoas, entre jogadores e comissão técnica da Chapecoense, jornalistas, convidados e tripulação do voo 2933 da Lamia, na madrugada de ontem. Mas ninguém soube informar onde o jogador viveu e a reportagem não conseguiu encontrar qualquer informação sobre parentes ainda morando no município.

HISTÓRIA

Everton Kempes dos Santos Gonçalves tinha 34 anos e foi jogador de futebol profissional por nove anos. O nome é uma homenagem ao ex-jogador Mario Kempes, um dos maiores atletas da Argentina e um dos grandes destaques da Copa do Mundo de 1978, vencida pelos hermanos em casa. Como o pai Amaro Gonçalves era fã do argentino, colocou nos três filhos (Everton, Eric e Cleber) o sobrenome do ídolo. Quando criança, a família deixou Carpina e se mudou para o Rio de Janeiro. 

Iniciou tardiamente a sua carreira no futebol, só aos 17 anos, no Canto do Rio, clube de Niterói (RJ). Sem fazer categorias de base, rodou por clubes semiprofissionais do Sudeste, ainda só usando o nome Everton nos gramados. Só se profissionalizou em 2007, no 15 de Campo Bom (RS). Antes de fazer sucesso na Chapecoense, passou também por Paraná, Ceará, Criciúma, Portuguesa e Joinville, além de três temporadas no Japão, pelos times do Cerezo Ozaka e JEF United.

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