Uma comissão de promotores de Brasil, Bolívia e Colômbia investigará a partir desta quarta-feira (7) o acidente, em Medellín, com o avião da Lamia, que deixou 71 mortos, entre eles jogadores da Chapecoense, informou a procuradoria-geral boliviana nesta terça-feira (6).
A comissão de seis promotores efetuará um "trabalho conjunto, coordenado (..) para chegar à verdade histórica dos fatos, os antecedentes e o fato mesmo do acidente aéreo", declarou o procurador-geral boliviano, Ramiro Guerrero.
A procuradoria boliviana já iniciou em Santa Cruz (leste do país) diligências judiciais em diferentes organismos "para em seguida tomar depoimentos".
Um grupo de promotores revistou por volta do meio-dia o escritório da AASANA (Administração de Aeroportos e Serviços Auxiliares à Navegação Aérea) que era ocupado pela funcionária Celia Castedo, que supostamente fez observações sobre o voo acidentado da Lamia e busca refúgio no Brasil. Castedo é a única processada pela saída irregular da aeronave.
Os escritórios da Lamia também foram revistados em operação similar em Santa Cruz.
O governo boliviano encontrou indícios de irregularidades no funcionamento e nas operações do avião da Lamia, segundo o ministro de Obras Públicas e Serviços, Milton Claros. Como primeira medida, destituiu altos funcionários aeronáuticos e abriu processo contra a técnica Castedo, que deu luz verde ao voo.
Uma das principais hipóteses é que o avião caiu no solo porque ficou sem combustível pouco antes de chegar ao aeroporto de Rionegro, que atende a Medellín.
A Lamia informou na Bolívia que a aeronave, um BA-146 modelo RJ85, deveria ter sido reabastecido na cidade boliviana de Cobija, no norte do país, na fronteira com o Brasil, antes de prosseguir viagem para a Colômbia.