O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) não vai enviar um representante brasileiro para acompanhar o processo de abertura e extração dos dados das caixas-pretas do avião da companhia aérea Lamia que caiu na Colômbia, no último dia 28. Setenta e uma pessoas morreram e seis ficaram feridas na queda do avião próximo a Medellín, entre elas jogadores e membros da comissão técnica do time da Chapecoense, jornalistas e tripulantes.
As duas peças do sistema de registro de voz e dados da aeronave foram localizadas no dia seguinte à queda. Segundo o ministro dos Transportes da Colômbia, Jorge Eduardo Rojas, elas estão em bom estado e será possível obter dados que ajudem os investigadores a entender o que aconteceu antes da queda.
O Comando da Aeronáutica, ao qual o Cenipa está subordinado, explicou não haver necessidade da presença de investigadores brasileiros durante a leitura dos dados da caixas-pretas. O material será analisado em Londres (Inglaterra), na sede da fabricante da aeronave ou na Agência de Investigação de Acidentes Aéreos inglesa (AAIB, no inglês), e, posteriormente, compartilhado com os órgãos dos países que participam da apuração.
A investigação das causas do acidente está sendo conduzida pelo Grupo de Investigação de Acidentes e Incidentes Aéreos (Griaa) da Colômbia, com a participação de representantes da Bolívia (onde a aeronave estava registrada); do Brasil (país de origem de várias vítimas); Inglaterra (sede da fabricante do avião) e dos Estados Unidos (onde está sediada a fabricante dos motores). As caixas-pretas foram enviadas a Inglaterra porque a Colômbia não tem um laboratório de leitura e análise de dados de gravadores de voos. Segundo a Aeronáutica, o Brasil é o único país na América Latina a deter essa tecnologia.