A reforma da Previdência Social tem sido um dos assuntos que mais gera debate no Brasil. De acordo com o Governo Federal, existe um déficit de R$ 450 bilhões no setor, algo que, de acordo com o Planalto, só poderá ser minimizado com a aprovação no Congresso das novas regras da aposentadoria. Bancos públicos e privados e grandes empresas do país constam entre os maiores responsáveis para este déficit, mas os clubes de futebol do país também têm responsabilidade neste problema. De acordo com uma lista divulgada pelo Sportv, que utilizou como base um levantamento da Procuradoria Geral da Fazenda Nacional, os clubes de futebol acumulam um débito previdenciário de cerca de R$ 800 milhões de reais. E, entre as 20 agremiações com mais dívidas no País, Náutico, Santa Cruz e Sport estão marcando presença.
De acordo com o levantamento feito pela emissora de televisão, o Náutico aparece como o maior devedor do estado. O alvirrubro teria uma dívida previdenciária acumulada em R$ 22.572.074,10, a nona maior do Brasil. O Santa Cruz aparece em 13º, com R$ 14.907.200,28, enquanto que o Sport consta na 19ª colocação, com R$ 9.633.404,16.
Ainda de acordo com a lista, a maior dívida ativa é a contraída pelo Flamengo, acumulada em R$ 83.863.163,36. O Atlético-MG aparece em segundo, com R$ 54.950.505,96. Completam a lista dos cinco primeiros outros três clubes do Rio de Janeiro: o Fluminense (R$ 49.785.558,38), o Botafogo (R$ 45.667.430,02) e o Vasco (R$ 41.757.794,41).
Uma das formas encontradas pelos clubes para quitar suas dívidas foi a adesão ao Programa de Modernização da Gestão e de Responsabilidade Fiscal do Futebol Brasileiro, que ficou conhecido como Profut. Dos três clubes recifenses, apenas o Sport não aderiu ao Profut.
As dívidas dos clubes que aderiram ao programa, no entanto, só começarão a ser pagas em 2018. Caso a lei seja aplicada, os clubes que não iniciarem o pagamento de seus débitos podem ser punidos até mesmo com o rebaixamento. Apesar das sanções, alguns dirigentes já temem que o projeto pode não ter o sucesso esperado. É o que afirma Lásaro Candido da Cunha, diretor jurídico do Atlético-MG e especialista em Direito Previdenciário.
"O teste de fogo vai ser quando os descontos encerrarem. Por 24 meses os clubes pagam parcelas de 50% do que pagariam. Depois de dois anos, o desconto reduz para 25%. E depois de mais um ano reduz para 10. Quando chegar à parcela cheia do Profut, talvez a maioria dos clubes não vai sustentar esse pagamento. Aí vamos provavelmente falar sobre um Profut 2", declarou.