O Campeonato Pernambucano, enfim, está de volta. E o torneio se despede com uma das edições menos gloriosas de toda sua história. Arquibancadas vazias na maior parte dos jogos, mandos invertidos e um regulamento cheio de falhas que ofuscou o brilho de um Estadual que já foi um dos mais glamourosos do País. O maior problema, no entanto, foi o conflito de datas. Na próxima quarta-feira, Salgueiro e Sport decidem o certame no Cornélio de Barros 52 dias depois do jogo de ida, realizado no dia 7 de maio e que terminou empatado por 1x1, na Ilha do Retiro.
Dos 27 estaduais pelo Brasil afora, por exemplo, o Pernambucano é um dos quatro que ainda não se encerrou. Além dele, o Campeonato Maranhense (a grande decisão está marcada para o próximo dia 29 entre Sampaio Corrêa e Cordino), o Rondoniense, que está nas finais, e o Amapaense, que só tem início no 2º semestre por conta do clima, seguem sem um campeão definido.
Além da distância incomum entre o primeiro jogo da final e o segundo, outro tema que merece destaque é a arbitragem. Na partida de ida, no Recife, Pernambuco foi o Estado pioneiro na utilização do árbitro de vídeo para minimizar os erros de arbitragem. E o recurso foi decisivo.
Aos 48 minutos do 2º tempo, quando o Sport vencia por 1x0 (André havia aberto o placar para o Leão ainda na 1ª etapa), o árbitro José Woshington da Silva marcou pênalti de Raul Prata em Toty no último minuto e precisou conferir o lance com Péricles Bassols, o árbitro responsável pelo recurso do vídeo. Após seis minutos de indefinição e tensão, o pênalti foi confirmado. Na cobrança, Jean Carlos deixou tudo igual no placar e fez a festa do time sertanejo.
O recurso, que também vem sendo usado na Copa das Confederações da Rússia, estará presente mais uma vez no jogo de volta, como confirmou a própria Federação Pernambucana de Futebol (FPF).
Confusões e datas à parte, Sport e Salgueiro se classificaram para a decisão após eliminarem nas semifinais Náutico e Santa Cruz, respectivamente. O Carcará foi o primeiro no Hexagonal do Título e o Leão o terceiro. Nas três vezes em que se enfrentaram, duas pelo Hexagonal do Título e outra na primeira final, Sport e Salgueiro ficaram no empate – 0x0, 2x2 e 1x1. Uma nova igualdade quarta-feira leva a decisão para os pênaltis.