O Náutico ainda está em busca de sua identidade nessa Série B. Apesar da evolução da equipe alvirrubra com a chegada de Roberto Fernandes, o Timbu ainda não encontrou a tão desejada regularidade para tirar o time da zona do rebaixamento e segue sendo um time bipolar dentro de campo. A oscilação apresentada entre uma rodada e outra persiste. Se com o novo treinador, o Náutico passou a ser dominante na Arena de Pernambuco (venceu Luverdense e Figueirense), fora de casa não é possível dizer o mesmo: duas derrotas para América-MG e Ceará.
Muito dessa postura dicotômica apresentada nas partidas se deve as diferentes escalações de Roberto. Em casa, o comandante alvirrubro tem ousado e apostado numa formação com apenas um volante de ofício (Amaral) e o meia Diego Miranda ao seu lado para melhorar a saída de bola, além dos três atacantes. Já quando atuou longe do Recife, a conduta foi outra. Nada de três homens no setor ofensivo. A opção foi por reforçar a zaga com três zagueiros (contra o América-MG) e povoar o meio de campo, como ocorreu diante do Ceará. As duas estratégias não surtiram efeito.
E se tem uma coisa que Fernandes não pode reclamar é que não está tendo tempo suficiente para dar a sua cara ao time do Náutico. Desde que chegou ao clube, o treinador teve três semanas cheias para trabalhar (ao todo, 27 dias). Período suficiente para encontrar a formação para ideal para jogar dentro ou fora de casa. “Roberto vem tentando manter o time que vem jogando, mas as formações ele muda bastante. As peças são praticamente as mesmas, sendo que nos treinamentos que tivemos nessas semanas cheias ele trocou bastante as formações para que possamos estar preparados para qualquer circunstância de jogo e contra qualquer adversário”, comentou Diego Miranda.
Na última rodada, por exemplo, Roberto Fernandes percebeu que a formação escolhida para encarar o Ceará, no estádio Presidente Vargas, não funcionou. Tanto que, no intervalo, sacou Willian Schuster para a entrada do lateral-esquerdo Manoel. Com isso, o meia Diego Miranda foi posicionado como segundo volante (como costuma atuar jogando na Arena) e Ávila foi adiantado para a ponta esquerda, numa formatação tática bem semelhante de quando o Náutico joga em casa. A mudança surtiu efeito. O time cresceu de produção e, só não chegou ao empate, porque Giovanni desperdiçou uma penalidade. “Em casa é uma coisa. Fora é outra. Na Arena temos de sair mais para o jogo e fora a gente entra para buscar roubar pontos do adversário”, explicou o meio-campista.
Nessas 22 rodadas disputadas na Segundona, o Náutico ainda não repetiu nenhuma escalação sequer. Fator que dificulta encontrar o equilíbrio tático e, consequentemente, a regularidade em campo.