“Prepare-se: a história é longa”. Foi com essa frase que se iniciou a conversa do JC com um dos maiores símbolos do Náutico. Ricardo Breno, mais conhecido como Kaká nos Aflitos, é o único sócio grande benemérito vivo do Timbu. São 77 anos de serviços prestados. De jogador de tênis e basquete a presidente do clube, poucos fizeram mais pelo alvirrubro do que esse torcedor de 84 anos, testemunha ocular do hexa, que hoje completa 50 anos.
“Cheguei no Náutico em 1941, no infantil. Fui atleta de basquete e tênis e meu primeiro cargo foi de orador do núcleo infantil alvirrubro, em 1946. Fui diretor de tênis, basquete, remo, voleibol e atletismo. Também fui vice-presidente esportivo por oito períodos, vice-presidente do executivo em duas oportunidades, cheguei a assumir a presidência do clube e fui presidente do Conselho Deliberativo por duas vezes. Representei o Náutico em todas as federações esportivas em Pernambuco e até organizei a Corrida da Fogueira”, afirmou.
Por todos esses serviços prestados, Kaká é hoje o único sócio grande benemérito, maior honraria para um torcedor do clube, vivo do Náutico. “A minha condição de atleta e dirigente, a dedicação e o amor ao clube me concederam, sem eu solicitar ou pedir, os títulos que tenho, seja de sócio emérito, benemérito ou de grande benemérito. Eu tenho a honra de dizer que sou o único alvirrubro que possui esses três títulos”, disse.
Desde 1941 dentro do Náutico, Ricardo não titubeia sobre o que o clube representa na sua vida. “É uma parcela grande da minha existência. Minha casa maior, onde vivi os melhores anos da minha vida. Toda minha família viveu e vive no Náutico. De 1941 até hoje, onde ainda sou conselheiro, são 77 anos de serviços prestados”, explicou o alvirrubro.
Sobre o hexa, o grande benemérito relembrou e fez questão de ressaltar a importância dos 140 jogos que levaram o Timbu aos seis títulos em sequência. “Representou muito na história do clube. Foi uma conquista extraordinária. O hexa começou no primeiro gol feito por China, na estreia do campeonato de 1962. Foi o marco inicial. Ramos, seis anos depois, na famosa barra da Rua da Angustura e num jogo sofrido, com direito a troca de juiz e prorrogação, fez o gol final. Dentro disso tudo, está o hexa”, finalizou.