Gilmar Dal Pozzo

Acerto sem negociar salário e chute no balde: os bastidores de Gilmar Dal Pozzo no Náutico

Gilmar Dal Pozzo aceitou o convite do Náutico sem mesmo negociar o salário com a diretoria

Fernando Castro
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Fernando Castro
Publicado em 03/08/2019 às 14:32
Felipe Ribeiro/JC Imagem
Gilmar Dal Pozzo aceitou o convite do Náutico sem mesmo negociar o salário com a diretoria - FOTO: Felipe Ribeiro/JC Imagem
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O Náutico anunciou o retorno de Gilmar Dal Pozzo ao clube no dia 13 de maio e, dois dias depois, o treinador já estava a beira do gramado dos Aflitos para comandar o time em uma decisão valendo uma vaga na Copa do Nordeste 2020. O início da segunda passagem do técnico foi rápido, assim como a negociação, com um detalhe: Dal Pozzo aceitou o convite da diretoria alvirrubra sem mesmo negociar o salário.

“Quando vem um convite, a última coisa que eu falo é de salário. Eu quero ver quem é que são os responsáveis pelo futebol, no caso do Náutico eu já conhecia o Diógenes (Braga) e o Ítalo (Rodrigues), depois a gente vai debater quem são os atletas que estão no plantel, qual o objetivo do clube. Foi dessa forma, acertamos o salário depois que eu cheguei aqui, porque eu tinha confiança nessas pessoas”, revelou Dal Pozzo.

Antecessor no cargo, o técnico Márcio Goiano havia sido demitido um dia antes do anúncio da contratação de Gilmar Dal Pozzo. Sem poder perder tempo e com a necessidade de ter um novo treinador o mais rápido possível, a diretoria do Náutico negociou com Dal Pozzo por telefone. Com apenas um dia para conhecer o elenco, o então novo comandante alvirrubro teve apenas meia hora para fazer um trabalho com os jogadores e tentar ajustar o time.

“Eu vejo que aquela entrevista tinha que ter sido pessoalmente, mas como eu já conhecia o Náutico, a gente fez por telefone. Foi no jogo antes do Campinense, meu empresário conduziu, porque a gente não tinha tempo, eu viajei de madrugada, tive 30 minutos para fazer um trabalho tático, ajustar a equipe para uma decisão que valia um calendário. E depois fiquei sabendo que aquele jogo valia mais de R$ 1 milhão para o ano que vem”, contou.

CHUTOU O BALDE

A tranquilidade, seriedade e calma são características já conhecidas de Gilmar Dal Pozzo, jeito que o rendeu até um apelido de ‘padre’. Apesar disso, o comandante do Náutico sabe ter personalidade forte, especialmente dentro do vestiário. E foi no local, no estádio dos Aflitos, que o técnico chamou a atenção dos jogadores. Em uma preleção quente, antes do jogo contra o Botafogo-PB, no dia 3 de julho, sobrou até para o lixeiro.

“O Brasil tinha jogado contra a Argentina e eu peguei os lances da seleção, com os atacantes dando combate, e eu quis mostrar para os jogadores, que se a seleção brasileira, jogadores de alto nível, mesmo assim fazem essa pressão alta, tem o compromisso sem a bola, porque que a gente não faria também? E aí apareceu um balde na frente… a gente tem várias maneiras de se comunicar, visual, corporal e falando, nessa hora eu aproveitei e chutei o balde mesmo, literalmente”, explicou.

Sem se incomodar com o apelido de padre devido a tranquilidade, Gilmar Dal Pozzo destacou traços poucos conhecidos no futebol de suas características. "Eu não consigo ser meio termo. Ou está quente, ou está frio para mim, morno não me serve. Sou muito equilibrado, ponderado, consigo conduzir bem minha carreira profissional, o dia a dia em meio a cobranças, isso eu faço bem feito. Agora não deixa eu descer da cruz, eu tenho também minhas indignações", disse.

ENTREVISTA EXCLUSIVA

Em entrevista exclusiva, o técnico Gilmar Dal Pozzo abriu o coração e contou detalhes desconhecidos de sua vida pessoal e profissional: paixão pelo vôlei, início no futebol, apelido dado pelo pai, triste perda da mãe, dentre outros assuntos. Todo o conteúdo vai ser disponibilizado na edição deste domingo (4) do Jornal do Commercio e no programa Domingo Esportivo, da Rádio Jornal.

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