O saldo dentro de campo pode não ter sido como esperado não só pela torcida, como pelo próprio atleta. Tendo realizado apenas 17 jogos no ano - 12 deles como titular - e marcado dois gols, Jorge Henrique sofreu com diversas lesões que atrapalharam seu rendimento nas partidas. Mas fora das quatro linhas, o atacante teve uma boa contribuição para as conquistas que o Náutico alcançou em 2019.
TRAJETÓRIA
Aos 37 anos, Jorge Henrique foi revelado pelo Alvirrubro para o futebol. Saiu dos juniores e se tornou ídolo do clube. Fez parte do time que conquistou o Campeonato Pernambucano de 2004 e formou dupla de ataque com o atual assistente técnico do Alvirrubro, Kuki. Depois foi negociado com o Athletico Paranaense e rodou por diversos clubes no país. Foi campeão da Libertadores e do Mundial de Clubes com o Corinthians e, 14 anos depois da sua saída, voltou ao Timbu. Retorno com muita expectativa, com status de ser a principal contratação da temporada, mas que acabou não sendo correspondida.
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Com retorno anunciado no dia 13 de dezembro do ano passado, Jorge Henrique demorou um pouco mais para participar da pré-temporada, já que vinha disputando a Série B com o Figueirense. Logo após, iniciou 2019 como titular e foi poupado em alguns jogos e, com problemas físicos, teve sua sequência interrompida. Lesionou a panturrilha após a final do Campeonato Pernambucano, diante do Sport, e passou 48 dias sem atuar. O retorno aconteceu diante do Globo-RN pela Série C. Ali foi seu único jogo pela competição nacional. Atuou por 24 minutos, já no segundo tempo, e rompeu o tendão de Aquiles em lance que estava sozinho. Infelicidade que atrapalhou os planos do experiente atacante e do Náutico.
EXTRACAMPO
Com a cirurgia feita, atualmente Jorge Henrique está na fase final de recuperação e a vontade do atleta é de continuar jogando. Ele sente que ainda tem a oferecer e pode contribuir dentro de campo. Mas a ajuda dele, desde que perdeu o restante dos jogos da temporada, foi maior do que se imaginou.
Jorge esteve presente no clube com assiduidade para realizar as sessões de fisioterapia. Também era bastante presente no dia a dia com o elenco. Acompanhava os jogos da equipe dentro de casa e, na reta final, participou das viagens com a delegação mesmo sem atuar. Esteve no vestiário no último jogo da fase de grupos, contra o Santa Cruz. No jogo do acesso, também se fez presente. Assim como na final da Série C. Ele seguiu viagem com o elenco para São Luís, esteve junto na concentração e comemorou o título com os companheiros no gramado do estádio Castelão.
Em revelação feita pelo vice-presidente de futebol Diógenes Braga, o ídolo alvirrubro abriu mão de 60% do salário para que o Náutico pudesse realocar o dinheiro para a contratação de um reforço. E foi um dos principais ‘achados’ do Timbu na temporada. O meia Jean Carlos, decisivo no acesso com boas atuações e, também, por cobrar o pênalti que empatou o jogo contra o Paysandu.
Além disso tudo, o dirigente exaltou a atitude de Jorge Henrique. De maneira otimista, confirmou que o clube vai conversar com ele para saber do seu interesse em continuar. As conversas entre ambos vem acontecendo e a previsão é de que haja alguma novidade ao longo desta semana.
"O Jorge Henrique além da lesão, que gera um nível de compromisso com o clube, tem a conduta dele. Ele teve uma conduta incrível. Abriu mão de cerca de 60% do salário dele para que a gente viabilizasse a chegada de um jogador. Para falar de forma mais clara, a gente pagou Jean Carlos com o que a gente economizou de Jorge. Jean Claros se dispôs a vir no que a gente poderia pagar a ele e ele apostou o projeto. Mas só pudemos pagar porque reduzimos a despesa que o Jorge aceitou. Então o tipo de atitude que ele teve com o clube tem que ser reverenciada. A nossa ideia com relação a Jorge, que está em recuperação de uma lesão séria, é sentir o que ele quer para o próximo ano. Se quer jogar a temporada toda, ou só até o meio do ano, é sentir o que ele quer. Mas entendo que o clube tem um nível de compromisso com ele, sim", afirmou Diógenes Braga.