Anistia Internacional faz acusações aos Emirados Árabes antes do GP de Fórmula 1

De acordo com a Anistia, mas de 100 ativistas e opositores ao governo foram perseguidos ou detidos por temas de caráter político
Da ABr
Publicado em 18/11/2014 às 9:40


"Não há liberdade aqui": com o título acusador, a Anistia Internacional (AI) afirma que, ao contrário das aparências, Emirados Árabes Unidos (EAU) é um Estado "profundamente repressivo", onde dezenas de ativistas são "perseguidos, detidos e, em alguns casos, torturados".

No relatório divulgado nesta terça-feira, poucos dias antes do Grande Prêmio de Fórmula 1 de Abu Dhabi, a AI destaca um "clima de medo" que domina o país desde 2011, quando o EAU começou a reprimir qualquer forma de dissidência e crítica, assim como os pedidos de reforma feitos após as revoltas populares no Oriente Médio e norte da África.

Dezenas de islamitas, acusados de complô, foram condenados a prisão desde julho de 2013 no país.

De acordo com a Anistia, mas de 100 ativistas e opositores ao governo foram perseguidos ou detidos por temas de caráter político. Mais de 60 continuam presos, com penas de até 14 anos de reclusão.

O governo de Abu Dhabi utiliza a luta contra o islamismo radical para "calar" as vozes críticas, incluindo advogados, professores universitários, estudantes e personagens da sociedade civil, alguns deles vinculados à associação Al-Islah, que as autoridades associam à Irmandade Muçulmana egipcios, afirma a AI.

"A repressão também afeta membros de suas famílias", segundo a ONG.

A Anistia Internacional apela às autoridades que revisem as leis que criminalizam o exercício pacífico do direito de expressão e de associação, em particular a lei contra o terrorismo que entrou em vigor em agosto de 2014.

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