Depois de dizer que esperava poder fazer uma revanche com Floyd Mayweather, com quem travou a esperada luta de boxe mais cara da história, com uma bolsa de US$ 300 milhões em maio passado, Manny Pacquiao afirmou nesta quarta-feira não ter se abalado com o fato de o norte-americano ter anunciado a sua aposentadoria no último final de semana. No sábado, o pugilista bateu o seu compatriota André Berto e passou a contabilizar 49 vitórias em 49 combates.
"O boxe não é o meu foco porque eu vou poder lutar apenas no ano passado, para poder dar descanso ao meu ombro", afirmou o boxeador filipino, em entrevista à agência de notícias The Associated Press, comentando a lesão que sofreu em um treino de preparação para encarar justamente Mayweather.
Como um congressista nas Filipinas, Pacquiao afirmou que estava focado agora na construção de casas para desabrigados no sul da província de Sarangani, que fica em seu país, e admitiu: "Estou bem. Se não houver uma segunda (luta com Mayweather), isso não é um problema". "Eu ouvi que ele se aposentou, então isso não importa", completou, destacando também que poderá enfrentar qualquer outro lutador no seu próximo combate por "não escolher seus adversários".
Por fim, Pacquiao voltou a cobrar uma punição a Mayweather, acusado de ter se dopado antes do combate com o filipino, derrotado por pontos pelo norte-americano naquela ocasião, em Las Vegas.
Antes da luta contra Berto, realizada no último sábado, Mayweather demonstrou irritação ao falar da acusação de doping, feita na última quinta-feira por um jornalista - ele teria consumido 250 mililitros de salina e multivitaminas, além de injetar 500 mililitros de salina e vitamina C, quantidades acima do limite permitido pela Agência Mundial Antidoping (WADA) antes de enfrentar Pacquiao. O boxeador, porém, rebateu: "Estou muito orgulhoso de ser um atleta limpo".
Uma punição a Mayweather, porém, parece improvável. Ele conta com o apoio da Agência Antidoping dos Estados Unidos (USADA, na sigla em inglês), que já disse que o atleta não ingeriu substâncias proibidas. Pacquiao, entretanto, não está convencido de que seu adversário em maio passado não utilizou doping e cobra que a situação seja esclarecida. "O que eu quero saber e esclarecer é que, se ele cometeu um delito, como as regras serão aplicadas?", questionou.