Teliana Pereira comemora temporada positiva, não faz metas ousadas para 2016 e mira Olimpíadas

Pernambucana não esconde a ansiedade para representar o Brasil nos Jogos Olímpicos
Diego Toscano
Publicado em 29/10/2015 às 12:15
Pernambucana não esconde a ansiedade para representar o Brasil nos Jogos Olímpicos Foto: Divulgação/WTA


Melhor tenista brasileira da atualidade, Teliana Pereira teve uma passagem relâmpago no Nordeste. Nascida em Águas Belas (PE), a 273km do Recife, a pernambucana, depois de oito anos, visitou a cidade onde começou a vida. Além disso, também voltou ao povoado onde nasceu e ainda tem família, em Barra de Tapera (AL). Já na capital pernambucana, falou sobre a temporada, com três títulos - incluindo o WTA de Florianópolis, primeiro de uma atleta do País em 28 anos - e o melhor ranking da carreira (43ª posição), além da recepção em "casa" e as perspectivas para 2016, ano das Olimpíadas no Rio de Janeiro.

 

Visita a Águas Belas e Barra de Tapera

Foi muito emocionante, principalmente pelo carinho com que fui recebida. Nunca tinha visto tanta gente assim me esperando. Foi incrível receber o título de cidadã de Águas Belas. É uma honra para mim, até porque saí de lá muito cedo. Passei pouco tempo (dois dias), mas fiquei muito feliz de rever a família depois de quase oito anos. Poder voltar junto com meus pais, coisa que eu não fazia desde que tinha saído de lá, foi uma experiencia marcante.

 

O melhor ano da carreira

Foi uma temporada muito proveitosa, que os resultados apareceram e que consegui ser sólida na parte técnica e física. Tive um cuidado maior com alimentação e sempre tentei me manter tranquilia. Realmente não imaginava que ia terminar entre as 50 melhores do mundo. No início, meu objetivo era voltar ao top 100 para depois ver o que ia acontecer. Com certeza, foi o melhor ano da minha carreira. Esses três títulos me deram muita confiança. Amadureci bastante.

 

Reviravolta na temporada após lesão

Apesar de ter caído para as 160 do mundo (em abril, antes dos títulos do ITF de Medelín e o WTA de Bogotá), o ranking não me preocupou em nenhum momento. Vinha de um momento de lesão, onde fiquei parada de setembro a janeiro. Só o fato de ter voltado a jogar foi muito positivo. Em 2009, fiz duas cirurgias no joelho e fiquei parada por quase dois anos. Minha única preocupação era voltar a jogar bem, porque eu estava sem confiança depois de tanto tempo parada. Consegui bons resultados justamente por não ficar me preocupando com a perda de posições. O fato de não ter criado expectativas fez com que tudo fluisse mais rápido.

 

Fazendo história no tênis feminino

Foi incrível. O fato de estar quebrando barreiras (primeira brasileira em 27 anos a conquistar um título de WTA e pioneira, em 28 anos, de conquistar em casa) é importante porque as meninas que estão vindo podem ver que realmente é possível estar ali entre as melhores. Me sinto responsável por puxar o tênis feminino brasileiro, que ainda tem muito o que melhorar. Temos um país tão grande, e a gente precisa ter mais meninas entre as 100 melhores. Não fico feliz de só me ver lá. Tem muitas brasileiras com capacidade para chegar no Top 100, como a Bia Haddad, que está se recuperando de lesão e tem um futuro brilhante, e a Gabriela Cé, que foi bem em Florianópolis.

 

Título em casa

No campeonato anterior, no WTA de Bad Gastein (Áustria), eu desisti porque estava com dores. Ainda dava para continuar, mas preferi abandonar e voltar para Curitiba para me recuperar.  Cheguei em Florianópolis sem expectativa nenhuma, porque achei que nem conseguiria jogar. O título foi maravilhoso.

 

Boas campanhas nas quadras rápidas da China

Tenho certeza que foi muito proveitoso. Evolui bastante em um piso que não é o meu preferido. Ganhei dois jogos e poderia ter ido melhor, porque tive chances contra a Flavia Pennetta (campeã do US Open, em setembro), que vinha jogando muito bem. O principal foi eu ter me sentido bem na quadra rápida, com três semanas sem sentir dores no joelho. Com certeza quero voltar para lá, porque os torneios são muito bons.

 

Preparação e metas para 2016

Fico mais uns dez dias de férias e volto com as energias carregadas para começar bem o próximo ano. Não quero colocar metas, como chegar ao Top 20, por exemplo. O importante é manter o nível deste ano. Depois que eu conseguir continuar jogando bem, o céu é o limite. Vou começar a temporada na Austrália, logo depois do natal. Ainda não temos a definição dos torneios, porque tudo depende de como eu estiver no ranking. Esse ano joguei alguns qualis, e em 2016 pretendo dar prioridade aos torneios em que entro direto na chave. Quero jogar os grandes campeonatos, aproveitar ao máximo as competiçãoes e evoluir bastante.

 

Olimpíadas

As expectativas são as melhores possíveis. Agora, o mais importante é me garantir nas Olimpíadas, o que eu ainda não aconteceu. Porém, já tive um pouco do gostinho no Pan-Americano de 2007, no Rio de Janeiro, quando conquistei a medalha de bronze nas duplas. Já sei como funciona. Quero fazer bonito, defender o Brasil e dar essa alegria para o povo pernambucano.

TAGS
Teliana Pereira tênis wta ENTREVISTA
Veja também
últimas
Mais Lidas
Webstory