Thiago Monteiro promete mais: 'Não acho que seja passageiro'

Cearense foi eliminado do Rio Open e do Brasil Open pelo uruguaio Pablo Cuevas
Do Estadão Conteúdo
Publicado em 29/02/2016 às 7:35
Cearense foi eliminado do Rio Open e do Brasil Open pelo uruguaio Pablo Cuevas Foto: Foto: Instagram /Reprodução / @thiagomonteiro94


Surpresa no Rio Open, quando superou o francês Jo-Wilfried Tsonga, atual número 9 do ranking da ATP, e com boa participação no Brasil Open, em São Paulo, na última semana, ao conquistar uma vitória sobre o espanhol Nicolás Almagro, 50.º do mundo, Thiago Monteiro continua sua escalada no circuito mundial de tênis. Ele foi eliminado nos dois torneios pelo uruguaio Pablo Cuevas, campeão de ambos, mas não se abala e confia em fazer uma excelente temporada.

Aos 21 anos, o cearense, que subiu 60 posições no ranking - ocupava até este domingo a 278.º colocação - depois da participação do Rio, vive a melhor fase da carreira e exibe confiança para os próximos desafios: "Não acho que seja passageiro."

Em entrevista exclusiva ao jornal O Estado de S. Paulo, o tenista - que registrou o seu melhor desempenho em um torneio ATP em São Paulo ao ser eliminado apenas nas quartas de final - fala sobre a importância do técnico Larri Passos e do ídolo Gustavo Kuerten nos primeiros passos no esporte, em Santa Catarina, e não esconde o sonho de representar o Brasil na Copa Davis. Também conta que o tratamento da lesão no joelho esquerdo, em 2015, foi determinante para acreditar no trabalho de sua equipe da Tennis Route, do Rio, onde passou a morar em 2014.

Como vê a boa fase que está vivendo? 

Venho me preparando para esse momento desde que me mudei para o Rio. O trabalho que a equipe da Tennis Route está fazendo comigo mudou totalmente a minha cabeça, minha forma de encarar o tênis e pensar o jogo. Só tenho de agradecer ao apoio de todos. No fim do ano passado, passei por uma lesão difícil e quase tive de fazer uma cirurgia, mas o trabalho incrível que meu fisioterapeuta Paulo (Carvalho) fez me ajudou muito, me deu confiança no trabalho dessa equipe. Minha cabeça, minha motivação de querer voltar às quadras e aproveitar o momento desse mundo competitivo me fez recuperar mais rápido. Esse mês está sendo especial para mim. Tive bons resultados no Rio Open e bons jogos no Brasil Open. Só quero aproveitar esse momento e, com esse foco, não me deslumbrar e manter esses bons resultados.

A lesão no ligamento cruzado anterior do joelho esquerdo foi o momento mais difícil até agora na sua carreira?

Foi um dos (momentos mais difíceis). Eu tive duas lesões em dois anos consecutivos, mas consegui passar por isso, me ajudou a amadurecer e a ter consciência de que era o que eu queria. Agora estou 100% recuperado, 100% saudável. Estou bem com meu físico e motivado para mais.

Você tem medo de que isso seja passageiro?

Não procuro pensar nisso. O tênis é um esporte difícil, toda semana é diferente, você encara adversários e condições diferentes. É um bom momento para mim, quero cultivar a plantinha da confiança, tenho que regar ela todo dia com trabalho do dia a dia, mantendo meu foco em um objetivo claro. Não acho que seja passageiro. Tenho a melhorar, sempre busco me superar e querer cada vez mais a cada dia. Espero fazer uma temporada consistente.

O João (Zwetsch) disse que você tem um grande potencial. Vocês conversam sobre isso?

Ele me ajuda a ver o tênis de uma forma diferente, a ser mais competitivo durante o jogo. Isso faz muita diferença, não só pelo potencial. Você tem que ser um guerreiro, um jogador competitivo dentro da quadra e isso ajuda muito. Tenho um potencial e tenho que trabalhar esse potencial, manter essa consistência, essa pegada.

Você acha que pode ganhar uma chance na equipe brasileira na Copa Davis?

Seria a realização de um sonho defender o Brasil na Copa Davis. Com certeza ficaria muito feliz e honrado com isso. Mas é algo que está muito para a frente ainda, não tem como criar expectativa.

Como o Larri Passos foi importante na sua carreira?

O Larri me ajudou muito com experiências, mostrando como é a rotina de um atleta profissional. Desde novo, ele me levou para torneios profissionais. Ele era o treinador oficial da Daniela Hantuchova, que era 20 do mundo, e me ajudou muito nessa questão de ver como eles levam o tênis a sério e de poder conviver com um cara que fez um jogador número 1 do mundo. O Guga também, já tive oportunidade de treinar com ele quando era novo.

O Guga te dava dicas?

Às vezes, no treino, ele diz para valorizar cada treino, cada bola, querer buscar cada vez mais. Isso que eu venho tentando executar.

Qual era sua meta quando a temporada começou? E qual passa a ser daqui para a frente?

Eu não estabeleço um número fixo de ranking, não tinha nada definido. Só queria melhorar o meu jogo e seguir evoluindo. Queria poder competir nesses grandes torneios, fazer os jogos que venho fazendo. Sem criar uma expectativa muito grande, apenas com foco nos objetivos.

Na sua vida pessoal, você namora a Bia Haddad. Facilita por ela ser tenista também?

A gente se dá muito bem, cada um entende a vida que o outro leva e isso ajuda muito. A gente busca se apoiar. É uma relação bem legal.

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