COB teme ausência de atletas em exames antidoping surpresa antes de Olimpíada

Esportistas posicionados entre os 50 melhores do mundo de cada modalidade devem se cadastrar pela internet no sistema ADAMS, para gerenciar e a administrar o controle de dopagem
Do Estadão Conteúdo
Publicado em 30/03/2016 às 6:40
Esportistas posicionados entre os 50 melhores do mundo de cada modalidade devem se cadastrar pela internet no sistema ADAMS, para gerenciar e a administrar o controle de dopagem Foto: Foto: Divulgação


À medida que os Jogos Olímpicos do Rio se aproximam, a preocupação com desfalques na delegação brasileira aumenta. O que tem inquietado o Comitê Olímpico do Brasil (COB) no momento é a possibilidade de novos casos de doping. Muitos atletas têm se ausentado nos testes surpresa realizados pela Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD). Em caso de três faltas, o teste é considerado positivo.

Os esportistas posicionados entre os 50 melhores do mundo de cada modalidade da olimpíada devem se cadastrar pela internet no sistema ADAMS, para gerenciar e a administrar o controle de dopagem. Pela ferramenta, o atleta precisa informar sua localização a cada três meses e fornecer uma data para receber a visita de uma "autoridade de teste".

Se os brasileiros não estiverem presentes em três visitas dos oficiais para coleta da urina ou sangue em 12 meses, a falta será considerada como violação às regras antidopagem. "Minha maior preocupação nesse momento são as faltas. É a autoridade ir fazer o teste e não encontrar o nosso atleta. Se ele leva três punições, é considerado positivo", explicou Marcus Vinícius Freire, diretor executivo de Esportes do COB.

De acordo com Freire, os casos aumentaram porque a quantidade de testes também cresceu. "É matemático. Quanto mais testes você faz, mais faltas acontecem", analisou. O representante do COB não revelou nomes dos atletas envolvidos ou o número de faltas.

Neste mês, a Agência Mundial Antidoping (Wada, na sigla em inglês) reconheceu que o Brasil adequou a sua legislação antidoping e não corre mais risco de ter o laboratório descredenciado. O País será o responsável pelos exames dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos. O Laboratório Brasileiro de Controle Antidoping (LBCD), sediado no Rio de Janeiro, ganhou a chancela em maio de 2015.

Quando o assunto são os resultados positivos pelo uso de substâncias proibidas, Marcus Vinícius não é condescendente. "Sou muito forte contra o doping. Se o teste deu positivo, tem de tomar pancada mesmo e ficar fora. Sou radical".

CASO CONFIRMADO - A Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) divulgou que a contraprova solicitada por Ana Cláudia Lemos acusou a presença da substância proibida Oxandrolona, um esteroide anabolizante. Com o resultado das amostras "A" e "B", a atleta foi suspensa preventivamente e aguarda "as providências cabíveis" do Superior Tribunal de Justiça Desportiva do Atletismo.

Ana Cláudia foi pega em teste realizado fora de competição, durante o Camping Nacional de Treinamentos dos Revezamentos, em fevereiro, no Rio. Ela tem índice olímpico para os 200 metros rasos e os 100 metros.

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