À medida que os Jogos Olímpicos do Rio se aproximam, a preocupação com desfalques na delegação brasileira aumenta. O que tem inquietado o Comitê Olímpico do Brasil (COB) no momento é a possibilidade de novos casos de doping. Muitos atletas têm se ausentado nos testes surpresa realizados pela Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD). Em caso de três faltas, o teste é considerado positivo.
Os esportistas posicionados entre os 50 melhores do mundo de cada modalidade da olimpíada devem se cadastrar pela internet no sistema ADAMS, para gerenciar e a administrar o controle de dopagem. Pela ferramenta, o atleta precisa informar sua localização a cada três meses e fornecer uma data para receber a visita de uma "autoridade de teste".
Se os brasileiros não estiverem presentes em três visitas dos oficiais para coleta da urina ou sangue em 12 meses, a falta será considerada como violação às regras antidopagem. "Minha maior preocupação nesse momento são as faltas. É a autoridade ir fazer o teste e não encontrar o nosso atleta. Se ele leva três punições, é considerado positivo", explicou Marcus Vinícius Freire, diretor executivo de Esportes do COB.
De acordo com Freire, os casos aumentaram porque a quantidade de testes também cresceu. "É matemático. Quanto mais testes você faz, mais faltas acontecem", analisou. O representante do COB não revelou nomes dos atletas envolvidos ou o número de faltas.
Neste mês, a Agência Mundial Antidoping (Wada, na sigla em inglês) reconheceu que o Brasil adequou a sua legislação antidoping e não corre mais risco de ter o laboratório descredenciado. O País será o responsável pelos exames dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos. O Laboratório Brasileiro de Controle Antidoping (LBCD), sediado no Rio de Janeiro, ganhou a chancela em maio de 2015.
Quando o assunto são os resultados positivos pelo uso de substâncias proibidas, Marcus Vinícius não é condescendente. "Sou muito forte contra o doping. Se o teste deu positivo, tem de tomar pancada mesmo e ficar fora. Sou radical".
CASO CONFIRMADO - A Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) divulgou que a contraprova solicitada por Ana Cláudia Lemos acusou a presença da substância proibida Oxandrolona, um esteroide anabolizante. Com o resultado das amostras "A" e "B", a atleta foi suspensa preventivamente e aguarda "as providências cabíveis" do Superior Tribunal de Justiça Desportiva do Atletismo.
Ana Cláudia foi pega em teste realizado fora de competição, durante o Camping Nacional de Treinamentos dos Revezamentos, em fevereiro, no Rio. Ela tem índice olímpico para os 200 metros rasos e os 100 metros.