Uma das principais nadadoras do Brasil é pernambucana e apresenta uma trajetória memorável. Atleta, ativista, engajada politicamente e, sobretudo, contestadora do atual cenário do País. Esta é Joanna Maranhão. No esporte, ela também faz barulho. Fez história com melhor resultado da natação feminina brasileira em Olimpíadas: o 5º lugar nos 400m medley dos Jogos de Atenas, em 2004, e hoje, doze anos depois, se prepara para competir sua quarta edição do maior evento esportivo do mundo com uma certeza: “Sou minha principal rival. Trabalho para superar meus próprios tempos. Isso já me deixa satisfeita”, pontuou a nadadora.
Nos Jogos do Rio de Janeiro, no próximo mês de agosto, Joanna tem índices para duas provas. São elas: 200m medley e 400m medley, estilo que é sua principal especialidade. “Estou muito feliz por tudo que já consegui até aqui na carreira. Conseguir a classificação para minha quarta Olimpíada é mais um sonho que estou realizando”, contou.
A trajetória de Joanna, inclusive, está intimamente vinculada aos 400m medley. Foi com a prova que ela fez o melhor resultado da natação feminina na história, em Atenas-2004. De lá para cá, construiu uma relação importante com a modalidade. Perseguiu tempos mais velozes do que os 4min40seg por 11 anos, até que nos Jogos Pan-Americanos de Toronto, em 2015, conseguiu nadar em 4min38seg07.
Ela confessou que por um momento não acreditou que cravaria resultado tão expressivo, mas voltou a repetir a marca no Troféu Maria Lenk, em abril. “Nadar abaixo dos 4min40 é sempre muito bom. E competir nos Jogos vai ser sensacional. Não tem isso de pressão não. A energia que a torcida passa é massa. E estou treinando muito para fazer o meu melhor”, observou a pernambucana.
Joanna faz o perfil polêmico. Observa com atenção todos os movimentos ao seu redor e não se cala diante do que acha errado. Nos bastidores, ela já enfrentou algumas situações complicadas, mas sempre soube se reerguer através do esporte. Frequentemente responde perguntas sobre o abuso sexual que sofreu na infância e faz questão de defender os grupos considerados minorias no Brasil – negros, homossexuais, mulheres, entre outros.
Há três anos, ela chegou a anunciar a aposentadoria e ficou quase uma temporada longe do alto rendimento. Mas é na piscina onde ela encontra sua melhor versão. Redescobriu a natação de tal maneira que voltou melhor do que no passado. Nesse período, conquistou títulos nacionais, sul-americanos, pan-americanos e, felizmente, garantiu uma vaga na seleção para os Jogos do Rio. Nas Olimpíadas, a meta é figurar entre as finalistas e superar seus próprios tempos. “Buscando sempre a melhor Joanna dentro e fora das piscinas”.