O calor da torcida pode ser uma das armas de Teliana Pereira para brilhar nos Jogos Olímpicos do Rio, em agosto. De acordo com a pernambucana de 27 anos, as estrangeiras costumam se abalar em quadra com a forma de os brasileiros empurrarem seus tenistas em quadra. Para apoiar a opinião, lembrou do título conquistado no WTA de Florianópolis de 2015, quando venceu a alemã Annika Beck por 2 sets a 1. Na ocasião, tornou-se a primeira atleta nacional da história a ser campeã de um WTA dentro de casa.
“As atletas que vêm de fora não estão acostumadas. A torcida brasileira é diferente. Posso falar isso porque no ano passado, na final de Florianópolis, a minha adversária (Annika Beck) sentiu. Eu conversava com ela esse ano e ela me disse que foi difícil aguentar mentalmente a pressão da torcida gritando o meu nome o tempo inteiro. Eu tenho certeza que no Rio elas (as rivais) vão sofrer”, disse Teliana, com um sorriso de satisfação. “Pra gente (tenistas brasileiros), isso é normal e motiva ainda mais na hora de entrar em quadra”, completou.
Número 1 do ranking brasileiro, Teliana Pereira esteve na manhã deste sábado (11) no Squash Tennis Center, em Boa Viagem, ministrando uma palestra para técnicos e jovens tenistas. A atividade faz parte de uma iniciativa da Secretaria de Turismo, Esporte e Lazer do governo do Estado para fomentar a prática esportiva no período que antecede aos Jogos Olímpicos do Rio. A pernambucana se mostrou emocionada com o carinho que recebeu de seus conterrâneos e disse que espera retribui-lo não só dentro de quadra.
“Todo o trabalho e dificuldades que tive... e agora estar conversando com essas crianças e vendo como elas me ouvem é a recompensa de todo o esforço. Espero poder fazer muito mais pelo esporte de Pernambuco. Não só por essas crianças que estão aqui, mas pelo lugar de onde eu sai (Águas Belas, no Sertão). Minha história é muito bonita, eu sei. Mas quero fazer muito mais. Quem sabe no futuro eu possa fazer algo”, disse, sem apontar ao certo quais são os seus planos.
Sobre as Olimpíadas do Rio, Teliana se mostrou confiante em uma boa participação, mas evitou criar expectativas quanto a resultados. “O fato de eu ser a número 1 dá um pouquinho mais de pressão. Mas acho que ali na quadra vou aproveitar. Vai ser minha primeira Olimpíada e quero desfrutar de cada segundo. Mas é lógico que quero ir o mais longe possível. Só não quero criar expectativas, porque sei que as melhores estarão lá. Quero dar alegrias ao povo brasileiro”, afirmou.
Teliana reconheceu que para subir ainda mais no ranking mundial (ocupa no momento a 92ª posição) vai precisar evoluir em alguns fundamentos. O principal, de acordo com ela, é o saque. No entanto, mostrou-se otimista em uma melhora. “Tenho que melhorar o saque. Venho trabalhando nisso. Fico feliz porque sei que ainda tenho muito a melhorar. Não tem nenhum golpe que eu esteja no meu limite. Isso me deixa mais motivada para acordar e ir treinar. Posso ir muito mais longe ainda”, concluiu.