O comitê de emergência sobre o vírus da zika da Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou nesta terça-feira que o risco de transmissão da doença durante os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro é "muito baixo".
"Existe um risco muito baixo de transmissão adicional do vírus da zika com motivo da celebração dos Jogos Olímpicos no Brasil, já que estes acontecerão durante o inverno brasileiro", declarou em coletiva de imprensa David Heymann, presidente do comitê de emergência.
Além disso, o "Brasil está intensificando" suas medidas para controlar a transmissão da doença, o que também deve "reduzir o risco", acrescentou Heymann.
A OMS já tinha recomendado anteriormente que não houvesse restrições para viajar aos países e regiões afetadas pelo vírus, "incluídas as cidades no Brasil que vão receber competições dos Jogos Olímpicos", recordou.
Nesta terceira reunião, o comitê recomendou também aos países afetados pelo zika e que recebem eventos de grandes dimensões que realizem uma análise dos riscos antes da celebração e que adotem as medidas necessárias para reduzi-los.
A OMS afirma que o Brasil deve continuar intensificando "suas medidas antivetoriais nas cidades onde serão organizados os Jogos Olímpicos".
O Brasil é o país mais afetado pelo zika, um vírus relacionado, segundo a OMS, à microcefalia, uma malformação grave e irreversível que se caracteriza por um tamanho abaixo da média da cabeça de recém-nascidos e que causa problemas de desenvolvimento.
Desde outubro passado, foram registrados 1.489 casos de microcefalia no Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde, e cerca de 1,5 milhão de casos de contaminação pelo vírus. Cerca de 60 países no mundo todo estão afetados pelo zika.
O zika é transmitido principalmente pelo mosquito Aedes aegypti, mas o contágio também pode ocorrer através das relações sexuais.
O comitê de emergência da OMS recomendou, ainda, que os países informem seus cidadãos que viajarão para os Jogos Olímpicos sobre a infecção pelo zika e sobre as medidas que devem ser adotadas para reduzir o risco de contágio.
Em fevereiro, a OMS declarou que a epidemia do zika vírus era uma "emergência de saúde pública de alcance mundial".