O Ministério do Esporte afirmou, nesta segunda-feira (4), que "não tem qualquer relação com a empresa SB Marketing", centro das investigações da Polícia Federal sobre uma suposta fraude em convênios firmados entre a pasta e pelo menos cinco confederações esportivas brasileiras. Essas fraudes, denunciadas no domingo pelo Fantástico, da Rede Globo, podem envolver até R$ 22 milhões.
Os desvios teriam ocorrido na compra de materiais e equipamentos. São investigados pelo menos 14 convênios feitos com o Ministério do Esporte desde 2011. A pasta, porém, diz que não tem relação "com os processos licitatórios conduzidos sob responsabilidade das entidades esportivas conveniadas".
De acordo com o Fantástico, as entidades e uma quadrilha formada por diversas empresas são investigadas sob suspeita de fraude em licitação, superfaturamento e falsidade ideológica. As confederações que estão na mira são as de Esgrima, Tiro com Arco, Tae Kwon Do e Tiro Esportivo e associações como a Brasileira de Voleibol Paralímpico. Clubes que patrocinam esportes olímpicos também são alvo.
No nota, o Ministério do Esporte disse que "os convênios citados pela reportagem estão passando por análise" e que, "se comprovadas irregularidades, serão tomadas as medidas cabíveis". Ainda de acordo com a pasta ela colabora com as investigações da Polícia Federal e já identificou irregularidades em convênio da CBTKD.
Todos os convênios suspeitos foram assinados durante a gestão do PCdoB à frente do Esporte. Leonardo Picciani, apontado por Michel Temer para comandar a pasta, alega que desde que assumiu o ministério, em 12 de maio, "orientou a equipe a fazer um pente fino em todos os contratos do Ministério". Ele foi criticado por suspender um edital que destinaria R$ 150 milhões para seleção de novos projetos.
As fraudes teriam acontecido na compra de materiais e equipamentos como tatames, coletes para luta, computadores para análise de desempenho e filmadoras, entre outros. Em uma das compras, uma empresa de Saquarema (RJ) recebeu R$ 3 milhões pela compra de filmadoras, computadores e outros produtos de informática e entregou itens de menor valor. O inquérito está sob a responsabilidade da Delegacia de Repressão a Corrupção e Crimes Financeiros (Delecor), no Rio de Janeiro.